Os produtores da série “The Politician”, da Netflix, escalaram os protagonistas de “Sintonia”, outra atração da plataforma, para subir ao palco na abertura da cabine realizada para a imprensa na semana passada no luxuoso hotel Tangará, em São Paulo. A ideia era deixar clara a conexão entre os dois produtos da casa.
Enquanto a brasileira “Sintonia” acompanha a ascensão de três jovens recém saídos da adolescência na periferia de São Paulo, a norte-americana “The Politician” conta a história de um estudante na mesma faixa de idade que é obcecado pela ideia de ser presidente dos Estados Unidos, caminhando a passos largos a cada novo episódio.
É impossível nos dois casos não fazer outra comparação: com “Malhação”, a mais longeva série da Globo. Criada há quase três décadas, ela usada frequentemente como referência comparativa sempre que surge no mercado de TV um produto voltado para o público pós-adolescente (ou com um elenco dessa faixa de idade).
Com estreia marcada para o dia 27, “The Politician” dá no início a impressão de ser uma série leve e algo cômica. Uma espécie de versão americana, afetada e milionária de “Malhação”. Há uma escola do ensino médio, jovens descobrindo a sexualidade, corações partidos e disputas de poder.
Mas conforme avança o primeiro o episódio (o único exibido para a imprensa) a história vai ganhando contornos dramáticos e sombrios. Fica-se em dúvida sobre o gênero da atração. Comédia?. Drama?. Thriller político? Um pouco de cada.
Difícil dizer se isso é uma virtude ou problema sem avançar nos capítulos seguintes. A ideia original é engenhosa e instigante. Payton Hobart (Ben Platt), um estudante rico e afetado de Santa Bárbara, na Califórnia, “sabe” desde os sete anos de idade que será o presidente dos Estados Unidos. Filho adotado de uma família milionária, ele dá cada passo pensando apenas em seu projeto de poder.
A primeira parada rumo ao poder é uma disputa acirrada pela presidência do grêmio estudantil da Saint Sebastian High School, uma escola que reúne a nata das famílias mais ricas da Califórnia. Se conseguir esse cargo, terá meio caminho andado para a etapa seguinte: garantir um lugar em Harvard, a universidade com o maior número de presidentes americanos no currículo.
As disputas políticas que envolvem o protagonista parecem uma sátira de enredos como “The West Wing” ou “House of Cards”, os maiores clássicos das séries políticas. Payton Hobart conta até com um time de “assessores” que inclui um “marqueteiro” cheio de ideias mirabolantes. O ritmo do roteiro porém é quebrado por um acontecimento dramático que vira tudo de cabeça para o ar. Tudo isso entrecortado por elementos típicos de “Malhação”: dúvidas sobre a sexualidade e questões existenciais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.