Quem assistiu à novela Duas Caras, exibida pela Rede Globo no ano passado, provavelmente viu cenas em que a personagem Alzira, vivida pela atriz Flávia Alessandra, era uma dançarina de boate e dançava agarrada a uma espécie de mastro.
A “dança do poste”, como ficou conhecida, agora tem nome oficial e está até virando esporte: o pole dance. Já está sendo criada uma Federação Nacional de Pole Dance e várias competições têm sido realizadas.
O pole dance também está sendo muito procurado pelas mulheres como atividade física, ou seja, a dança da Alzira já tem até uma nova modalidade, que é o pole fitness.
Porém, não há como negar que mesmo o pole fitness (que aliás define muito o corpo já que o esforço muscular é bastante grande, uma vez que a mulher acaba tendo que se segurar no mastro com as pernas) resulta em uma dança sensual.
A professora de pole dance (e a única proprietária de um estúdio exclusivo da modalidade em Curitiba), Grazzy Brugner, explica que o pole dance é uma atividade de isometria, ou seja, que depende somente do praticante para um bom resultado.
Segundo ela, a definição dos músculos se dá pela forte contração que é feita no corpo inteiro para que a mulher se dependure no mastro e faça os movimentos. “É uma atividade indicada tanto para emagrecer como para fortalecer a musculatura”, afirma a professora de educação física. Em uma aula de 45 minutos, calcula-se que há gastos de 350 a 500 calorias.
Mas as “raízes” sensuais do então chamado pole dance não ficam para trás. “Por conta do uso da flexibilidade, o movimento se torna sensual por si só, pois o desenho do corpo se movimentando é bonito. E essa sensualidade vai depender de cada mulher”, diz Grazzy.
Com dois meses de prática, garante ela, é possível aprender os movimentos básicos. Segundo a professora, é muito comum a aluna chegar no estúdio e não acreditar que vai conseguir se contorcer tanto. “É você todo dia se desafiando e se superando”, observa. É por isso que, segundo Grazzy, que a autoestima é uma das qualidades que mais se desenvolve com o pole dance.
Sensual
Para as mulheres que não querem apenas tornear o corpo ou emagrecer, há uma outra opção, não só para aguçar a sensualidade, mas também o bem-estar e a espiritualidade: o Centro Integrado da Mulher Joanah Pink.
O espaço oferece, além de palestras e cursos, aulas das mais variadas modalidades sensuais (circuito fitness, mix sexy dancing, dança do ventre, sensual chair dance e pilates pompoarismo, por exemplo) e também espiritualistas (biodança e yoga).
A mix sexy dancing é uma das mais procuradas no Centro, por oferecer diversas modalidades em uma (a dança da cadeira, do chão, da bola, da parede, do mastro, do colo e do bastão).
Como explica a professora de Educação Física do Centro, Pamela Dotto, o mais interessante dessas atividades é que ao mesmo tempo que promovem o condicionamento corporal, estimulam a expressão corporal, levando ao bem estar. “Essas modalidades instigam a criatividade e trabalham a autoestima, a sensualidade, a superação”, afirma.
Quem pratica
É unânime a satisfação das mulheres que praticam pole dance. “Eu estou com os meus músculos bem mais definidos, desde braços, pernas, até as costas”, afirma a maquiadora que pratica pole dance há nove meses, Joice Shiroma, de 21 anos.
A advogada que prefere não se identificar, de 27 anos, diz que o pole dance é uma atividade de persistência e desafio, pois há movimentos que são muito difíceis de fazer.
“Você entra no estúdio achando que nunca vai conseguir fazer aquilo, e quando faz se sente muito melhor consigo mesma. A autoestima melhora muito”, conta.
Já a fisioterapeuta de 45 anos que também preferiu não se identificar comenta que vê suas pacientes com barriga, e braço flácidos correndo para as cirurgias plásticas. “Com o pole dance você vê que não precisa disso”, diz ela.
O Joanah Pink conta hoje com cerca de 30 alunas. Já no estúdio da Grazzy Brugner, exclusivo de pole dance voltado para o fitness, frequentam perto de 50 mulheres, de todas as idades. Aulas particulares também podem ser ministradas pelas professoras dos dois locais.