Piper Kerman aprova adaptações sobre sua história

Ver a própria história interpretada por alguém em um programa de ficção exibido em todo mundo pode causar certa desconfiança. Entretanto, Piper Kerman, figura que inspirou a série Orange Is The New Black, lançada pelo Netflix no último dia 11, teve uma reação oposta ao ficar cara a cara com Taylor Schilling, atriz escolhida para representá-la. “Eu senti alívio e animação porque percebi que seria bom”, revela.

A produção, feita para a internet, é inspirada no livro homônimo de Piper, em que ela conta a experiência de passar 13 meses na prisão. O título, que em português significa laranja é o novo preto, é uma referência à cor do uniforme dos presidiários nos EUA. Anos após ter ajudado uma traficante de drogas com quem namorou, a norte-americana teve de cumprir pena. Na ficção, apenas seu sobrenome foi mudado de Kerman para Chapman.

“É importante lembrar que Kerman e Chapman não são a mesma pessoa. A trama de Chapman se desenvolve de diferentes maneiras além do livro. Era importante ela ter liberdade de criar. Não é docudrama, era para ser algo diferente”, disse a ex-detenta à reportagem, na passagem por São Paulo, na segunda-feira, 15. Por recomendações médicas, Taylor ficou em Nova York, mas participou da entrevista por telefone simultaneamente.

As duas se conheceram no set durante a gravação do primeiro episódio. “Eu pensei: nossa, ela é muito bonita”, relembra Taylor. Em seguida, Piper, que hoje dá palestras e trabalha em uma ONG que acompanha mulheres recém-saídas da cadeia, levou a atriz para conhecer presídios e conversar com as detentas. “A experiência foi engrandecedora. Fiquei impressionada com as histórias que ouvi. Todas estavam lá por crimes não violentos. Meus olhos se abriram para o problema do sistema prisional nos EUA.”

Taylor nunca havia vestido o uniforme em outro trabalho e achou estranho ao se ver no espelho. “Achei que laranja não é uma cor que me cai bem”, diverte-se. Se fosse presa, a artista afirma saber como reagiria. “Ficaria quieta e tentaria fazer amigos.”

Piper diz que a prisão cenográfica é verossímil, mas diverge da real. “Por mais difícil que seja a jornada no set, você volta para casa no fim do dia. Essa é a grande diferença. Na prisão, o tempo passa devagar. Mesmo com a luta por sobrevivência, o processo de cumprir a sentença é lento. Acho difícil colocar isso na TV, afugentaria os telespectadores.”

Ela tremeu na base ao ver o cenário pela primeira vez. “Eles recriaram o refeitório, banheiros, a sala de visitas. Senti um frio na barriga. Apesar de gostar de tudo, ironicamente, me senti mal. Foi uma experiência emocional intensa”, confessa.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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