Após anos de negociações, a Pinacoteca de São Paulo conseguiu a cessão do complexo arquitetônico onde funcionou até 2014 o Grupo Escolar Prudente de Moraes, na Avenida Tiradentes, dentro do Parque da Luz, na região central de São Paulo. A nova unidade, que deve ser inaugurada em 2018, hospedará parte do acervo e terá foco em atividades relacionadas à produção de arte contemporânea.

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O anúncio da expansão será feito oficialmente na próxima quarta-feira (25), quando o museu organiza uma programação de shows e atividades recreativas para comemorar o aniversário da cidade de São Paulo.

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Projetos

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Os planos de expansão da Pinacoteca remontam à gestão de Marcelo Araújo no museu. O terreno do colégio, com cerca de 7 mil metros quadrados, pertencia à Secretaria de Educação do Estado antes de ser passado à Secretaria de Cultura. Para o novo espaço, a Pinacoteca planeja adaptações e reformas, investindo inicialmente algo em torno de R$ 5 milhões, que virão de recursos já existentes do museu e verba captada junto à iniciativa privada.

“Não será apenas mais um espaço de exibição da nossa coleção, mas um lugar de fomento à produção artística contemporânea”, explica o diretor-geral do museu, Tadeu Chiarelli.

Com o nome de Pina Contemporânea, a nova unidade pretende hospedar projetos de residência artística e programas de apoio a jovens artistas. A Pinacoteca já possui projetos de experimentação, como a montagem de obras site-specific no octógono do prédio da Luz. Atualmente, o lugar exibe, por exemplo, criações desse tipo dos artistas Fernando Limberger e Ana Maria Tavares.

O projeto inicial do colégio foi feito pelo Escritório Ramos de Azevedo. No entanto, parte do prédio foi comprometida em um incêndio nos anos 1930. Ele passou por reformas e ganhou uma arquitetura modernista, por Hélio Duarte.

Perspectivas

O anúncio da expansão coincide com o fim da gestão de Chiarelli, que passará a diretoria, a partir de maio, para o alemão Jochen Volz, curador da 32ª Bienal de São Paulo e da participação oficial brasileira na 57ª Bienal Internacional de Arte de Veneza, neste ano.

A passagem de Chiarelli pela diretoria da Pinacoteca ficou conhecida por repensar a coleção de cerca de 10 mil peças e pela reestruturação dos dois prédios atuais.

Segundo ele, com a expansão, a exibição do acervo será distribuída de forma cronológica entre as três sedes. Na Luz, estarão obras desde o fim do período colonial até os 1970 – o que já acontece com as atuais mostras permanentes sobre arte brasileira. Já a Estação ficará com a produção artística até os anos 2000. A nova Pina Contemporânea focará na produção mais recente, a partir de 2010.

Além do início das obras da nova unidade, neste ano, a Pinacoteca também terá exposições da fotógrafa alemã Candida Höfer e do artista belga David Claerbout, além de uma retrospectiva do modernista Di Cavalcanti. Em 2018, está prevista uma mostra com acervo do Museu d’Orsay, de Paris. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.