O compositor e violonista Ezequiel Piaz toca hoje no Jokers e no sábado no Teatro Paiol, às 20h30, quando estará gravando CD ao vivo. Ele vem atuando com destaque no cenário na música instrumental brasileira e está entre os melhores violonistas do Brasil. Já se apresentou ao lado de Sebastião Tapajós e Leny Andrade.
Seus CDs anteriores são Violão brasileiro (1999, Prêmio de melhor CD da música paranaense e lançado na Europa em 2001) Native Brasil guitar (2002) e Piaz plays Brasil (2002). Há três anos esteve na Alemanha, sendo bem recebido, e tocou também no Copenhagen Jazz Festival ao lado do pianista dinamarquês Thomas Clausen.
Piaz, que sobe ao palco com Jonas Cella e Charmak, percorre os caminhos da riqueza musical do Brasil, característica marcante no seu trabalho. Forró, baião, maracatu, chamamê, fandango, catira, afoxé e samba são alguns dos elementos presentes em suas composições. Dono de uma técnica que passa pelo erudito, popular e jazz, mostra um estilo único de tocar seu violão sete cordas, influenciado pela cultura brasileira e pela mistura do sangue indígena-espanhol que corre em suas veias.
Ondas sonorasde embalo
A banda capixaba Dead Fish faz o lançamento de seu último CD Dead Fish ao vivo em Curitiba, hoje. Nome badalado do hardcore nacional, a banda foi premiada também por show e presença de palco, segundo pesquisa realizada pela PunkNet (mídia especializada) em 2001, com o show Afasia, do CD homônimo.
Depois de 12 anos na estrada e uma parada – entre 96 e 97 – a Dead Fish explode nos palcos por onde passa, mostrando personalidade ao nadar contra a maré dos clichês do já surrado estilo. Além das demos e das variadas coletâneas, o DF lançou o heróico álbum Sirva-se em 98 (com produção e distribuição totalmente independentes) e sacudiu a cena ao lançar Sonho médio no ano seguinte. Em maio de 2001 surge Afasia, que teve esgotado seus primeiros 5 mil exemplares em quatro meses. De resto, é a chance de ouvir os capixabas ao vivo.
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Show hoje, 21h, na Urca (Rua Alberto Folloni, 420). Ingressos a 12 (para os 400 primeiros fãs) e 15 reais. E, em ação voluntária: um quilo de alimento para a Casa São João Batista.
Hora de Grafite
Na Bélgica há uma penca de anos, o compositor curitibano Alexandre Grafite vem sendo atração em rádios e tevês européias ultimamente, pois está lançando lá um CD bem brasileiro, com sambas, baiões, baladas e parcerias com duas saudosas pessoas que são de grande importância em sua vida, o poeta Paulo Leminski e o pai, Epaminor Ferreira, ou melhor, Lápis, falecido quando o filho ainda era bem criança.
A primeira parceria de Grafite com seu pai é na música Meio-dia e dez, composta a partir de uma frase que Lápis dizia ao chegar na casa de sua mãe (dona Mariquinha). Quando olhava as horas, dizia: “Meio-dia e dez, meio-dia e dez, se não comer banana vou comer pastéis”. Ao lembrar desta frase num dia de saudades do Brasil, Grafite compôs o samba pensando na maneira em que Lápis poderia curti-lo também.
Do disco participam os músicos paranaenses Glauco Solter (baixo) e Alessandro Kramer (sanfona), mais Dieter Herrmann (Alemanha – guitarra e violão) e Osvaldo Hernandez (México – percussão).
Chega de éguapocotó
Dez tenores, barítono e baixo vão cantar no espetáculo Todas as mulheres, que tem hoje apresentação única às 12h30 no Teatro HSBC/Palácio Avenida, com entrada franca. A trilha sonora mistura música popular e árias, colocando no palco o tema feminino, de forma poética e divertida. O tenor Ivo Lessa, um dos idealizadores do projeto, observa que as 16 canções selecionadas falam do universo feminino de forma bem diversa da propalada por Lacraia. Entre elas estão As damas (A viúva alegre/Lear), Madamina (Don Giovanni/Mozart) e Queste o quella (Rigoletto/Verdi).
Festival Amazonas
O VII Festival Amazonas de Ópera, de hoje a 25 de maio, é o destaque na programação da Biblioteca Digital Multimídia, uma parceria do Instituto Embratel 21 com a Fundação Biblioteca Nacional. Pelo site www.bibliotecamultimidia.org.br, os internautas de qualquer lugar do País e do mundo poderão acompanhar, ao vivo, algumas das preciosidades do festival, entre elas o drama musical Siegfried, de Richard Wagner, com a orquestra Amazonas Filarmônica, regida pelo maestro Luiz Fernando Malheiro. Hoje, às 20h, Siegfried é a atração, com o tenor Alan Woodrow. Em maio, o programa traz a sinfonia dramática Romeu e Julieta, de Hector Berlioz, e La Cenerentola. O Festival Amazonas de Ópera, realizado pelo governo do Estado do Amazonas, se destaca por ser o único evento do gênero na América Latina.
Notas na pauta
* Castanho, curta-metragem viabilizado pelo Projeto Riofilme & Canal Brasil, também estará na edição deste ano no Festival de Cannes. O segundo curta de Eduardo Valente será exibido na principal mostra paralela do festival: a Quinzena dos Realizadores. Ambientada num spa, a história é inspirada numa crônica de Mário Prata. Castanho é um quase-musical, um filme sem falas, em que o papel central da narrativa é assumido pela música, composta pela banda carioca Los Hermanos, que dividiu com o diretor e roteirista o desafio de ser responsável por contar a história.
* Começa amanhã a grande festa da música eletrônica de Belo Horizonte, reunindo artistas, DJs, produtores, bandas e VJs de várias partes do Brasil e do mundo. É o Eletronika 2003 (www.eletronika.com.br). Além dos shows e das festas, o programa terá debates, painéis, mostra de vídeo e fotos.
* João Marcello Bôscoli e André Szajman acabam ficando no Brasil menos tempo do que gostariam. Assim que, para eles se dedicarem mais à implementação da Trama no exterior, a partir de 1.º de maio assume a direção nacional Pena Schmidt, técnico de som, engenheiro de gravação, diretor de eventos, produtor de discos (Warner, Continental e Tnitus) e diretor artístico.