O universo bizarro criado pelo cineasta Tim Burton (Edward mãos de tesoura e A noiva cadáver), no livro A morte melancólica do rapaz ostra e outras histórias, serviu de inspiração para a peça O rapaz e a rapariga – peça de pessoa, prego e pelúcia, que estreia hoje, no teatro Novelas Curitibanas, na capital.

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Assim como o livro, a peça traz ao público personagens no mínimo curiosos, que possuem linguagem própria e capacidades únicas que despertam o pensamento sobre o cotidiano naqueles que assistem o espetáculo.

O público é convidado a passear pela vida de pessoas interpretam o mundo de maneiras distintas, que como todo mundo, têm que aprender a lidar com seus corpos e pensamentos e descobrir como resolver problemas simples e complicados.

São ao todo quatro personagens em cena, conforme explica o ator Neto Machado, do coletivo Couve Flor, responsável pela peça. “Chamamos de Pisca o personagem que eu interpreto. Como uma árvore de natal, ele tem, ao invés de artérias sanguíneas, uma grande corrente luminosa, item que já faz parte da personalidade dele”, explica.

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Além do Pisca, a peça conta ainda com Magda, uma garota magnética que vive com as vantagens de poder atrair metais. “Os outros dois personagens não tem nome, mas um deles é uma menina que muda a cor de alimentos ingeridos e outro que tem facas espalhadas pelo corpo”, explica.

Essas capacidades, no entanto, não são tratadas de forma pejorativa pelos atores. “Queremos mostrar o lado vantajoso e engraçado por trás dessas bizarrices. Fazemos isso apenas atuando, uma vez que os personagens trocam no máximo quatro palavras em português. O restante é pura interpretação”, diz.

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Mesmo tendo sido inspirado na publicação de Tim Burton, Machado explica que a peça não tem ligação alguma com o livro. “O grupo iniciou esse projeto com uma vontade de trabalhar junto, pois normalmente atuamos em projetos separados. Procuramos algo em comum e vimos que todos haviam lido o livro de Tim Burton.

Depois disso começamos a trabalhar em cima da nossa história e dos novos personagens. Por isso, nossa peça não ficou baseada no livro, apenas inspirada. Utilizamos o mecanismo do livro para as nossas cenas”, conta.

Portanto, Machado diz que o público poderá identificar elementos semelhantes às obras de Burton, como a criação de mundos fantásticos e lúdicos aliados à encenação do coletivo.

“Trata-se de uma peça curiosa, com um olhar sensível e ao mesmo tempo bizarro, curioso. Não temos a intenção de ensinar o que é certo ou errado através da nossa peça. Queremos que as pessoas questionem coisas da vida e que deixem a peça pensando sobre esses assuntos”, define.

Serviço

A peça O rapaz e a rapariga -peça de pessoa, prego e pelúcia ficará em cartaz entre hoje e domingo (14) sempre às 20h. Os ingressos custam R$ 10 (inteira). As apresentações serão no teatro Novelas Curitibanas (Rua Carlos Cavalcanti, 1222, no bairro São Francisco, em Curitiba). Informações pelo site http://orapazearapariga.blogspot.com.