Júlia Lemmertz uniu o útil ao agradável em Celebridade. Além de concretizar a vontade de participar de uma trama de Gilberto Braga, a porto-alegrense está fazendo par romântico pela primeira vez em uma novela da Globo com Alexandre Borges. A atriz é casada com o ator santista há 11 anos e o autor da trama das oito seduziu Júlia com a idéia de formar par romântico com o marido na novela das oito. “Tinha acabado de fazer O Beijo do Vampiro e estava exausta. Mas o Gilberto veio com a conversa de eu e o Alexandre vivermos uma história de amor na novela e não tive como recusar”, entrega. A recatada Noêmia, aliás, vai começar a deixar de lado o jeito acanhado e partir para o “ataque” na conquista definitiva do desligado jornalista Cristiano. “Ela vai à luta, mas eles devem ficar juntos só no fim da novela”, acredita.
Júlia fez muitos outros trabalhos no cinema ao lado do marido. No teatro, subiram juntos ao palco em Eu Sei Que Vou Te Amar e Hamlet. Júlia e Alexandre também foram protagonistas da série Joana e Marcelo, realizada pelo canal Multishow nos anos de 1997, 1999 e 2002. O romance dos dois, aliás, começou depois que Júlia conheceu Alexandre na novela Guerra Sem Fim, na extinta Manchete, em 1993. “Ele era o bandidão e eu a mocinha. Foi a estréia dele na tevê”, derrete-se a atriz.
Filha dos falecidos atores Lilian Lemmertz e Linneu Dias, Júlia chegou a pensar em não seguir a profissão dos pais e se tornar veterinária ou fonoaudióloga. Dezesseis novelas, cinco minisséries e 13 filmes depois, a gaúcha se considera ainda uma atriz em construção. Praticamente emendando uma novela na outra desde que estreou em Os Adolescentes, na Band, Júlia já provou ter estofo para dar vida a tipos bastante diversificados. Mas há tempos ela não ganhava um papel como Noêmia, que exige uma performance mais naturalista da atriz. “Adorei a Noêmia porque só estava ganhando personagens caricatos”, vibra.
Talento em expansão
Júlia Lemmertz está na sua décima sexta novela. Em 23 anos de carreira, a atriz já viveu muitos tipos na telinha, como a boazinha Fabiana Dumont, de Zazá, a maluquete Lúcia Helena, de Andando nas Nuvens, a fogosa beata Genésia, de Porto dos Milagres, e a vilã Marta, de O Beijo do Vampiro. Júlia começou a carreira na Band, onde fez três novelas. Após uma passagem pela Globo, foi para a extinta Manchete. A atriz participou de novelas como Amazônia e Kananga do Japão. “Abri frentes de dramaturgia fora da Globo”, afirma. Em Celebridade, Júlia vive a romântica Noêmia, seu papel mais naturalista dos últimos tempos. “Ganhar papéis variados é um orgulho. Mostra que meu leque como atriz é amplo”, comemora.
Paixão antiga
Júlia Lemmertz já tem uma carreira consolidada no cinema. A gaúcha participou de 15 filmes e viveu vários tipos, desde uma estrela de cinema até a desconhecida esposa de Tiradentes. Um dos trabalhos mais ousados na telona foi ao lado do marido Alexandre Borges. Em Um Copo de Cólera, baseado no livro de Raduan Nassar, o casal interpreta uma jornalista e um intelectual que se embrenham num intenso caso amoroso regado a discussão “cabeça” e sexo. “As cenas de sexo foram feitas como uma coreografia”, ressalta Júlia.
A atriz experimentou a ótica urbana do paulistano José Zaragoza em Até Que a Vida Nos Separe o clima anos 50 criado por Guilherme de Almeida Prado em A Hora Mágica. Em Tiradentes, de Oswaldo Caldeira, Júlia se baseou em fatos reais para fazer uma participação especial. A atriz viveu a misteriosa Antônia Filho, esposa de Tiradentes. “Ela se cansa do Tiradentes nunca aparecer e se separa”, diverte-se Júlia.
P – O que fez você aceitar fazer Celebridade após uma novela cansativa como foi O Beijo do Vampiro?
R – Foram vários os motivos. Um deles é que a Noêmia é completamente diferente da Marta. A novela do Gilberto também tem outro estilo, pois Beijo era fantasia. Além disso, a Noêmia é “do bem”. Porque meus últimos personagens foram muito caricatos. Então a Noêmia era a minha chance de fazer um papel mais humano na tevê.
P – Você teve algum momento de deslumbramento na carreira?
R – Não, porque venho de uma família de atores. Fui criada no meio. E sou uma atriz que está construindo uma carreira. Não tive aquela coisa de fazer a primeira novela, virar um sucesso e me tornar estrela. Não tem isso. Fui degrau por degrau. Amadurecendo, fazendo bons trabalhos e outros nem tanto. A minha carreira é de construção. Não é melhor nem pior que de ninguém. É diferente.
P – Você e o Alexandre estão fazendo par pela primeira vez na Globo, mas já tinham feito outras parcerias anteriores. Tem casal que não gosta muito…
R – Cada um tem o seu esquema. A gente gosta, se identifica no trabalho e depois tira férias juntos, o que é uma vantagem. Para mim, Celebridade é duplamente bacana pelo fato de ser com o Alexandre.
P – Trabalhar com o Alexandre é o que mais te motivou a fazer Celebridade?
R – Foi. Na verdade, contar esta história de amor entre o Cristiano e a Noêmia é muito motivante para mim como profissional. E é mais legal ainda, porque vai rolando aos poucos. Também sempre quis fazer uma novela do Gilberto e só tem amigos na novela. Não é que não tinha nas outras, mas nesta são amigos muito próximos. Conheço a Malu desde a estréia dela na televisão. Eu fazia a irmã mais velha dela em Eu Prometo, em 1983. Claro que pesou também o fato de contracenar com o Alexandre pela primeira vez na Globo num trabalho realmente juntos. Como par romântico mesmo. A relação da Noêmia com o Cristiano é a história mais bonita e romântica da trama.
