Ansiedade é uma coisa que, além de não fazer bem à saúde, não serve para nada, muito menos para as artes. Isso fica claro quando o diretor André Guerreiro Lopes veste um capacete com eletrodos e informa que suas ondas mentais vão interagir com uma instalação sonora criada para o espetáculo. Mesmo sendo um dia de ensaio, nada pode acontecer também.

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Antes de se acomodar no proscênio, em posição de meditação, ele enche quatro bandejas com água. Cada uma está liga a um alto-falante de carro. O sistema desenvolvido pelo diretor musical Gregory Slivar captura as atividades mentais geradas pelo cérebro do diretor e as encaminha na forma de vibração. Ao lado, um conjunto com tubos de metal também está conectado, pronto para ser acionado pelo mente de Lopes.

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A peça prossegue com um trilha sonora que não parecer vir de lugar nenhum, talvez das coxias. A autoria é dos Embatucadores, projeto social de música com jovens do Jardim Vista Alegre, zona norte de São Paulo. “Foi com eles que descobri que a peça não poderia terminar sem um futuro de esperança”, explica Lopes, que conheceu o projeto num domingo na Avenida Paulista. “A presença deles não se trata de uma trilha sonora nem de tecnologia. É algo que nem o teatro seria capaz de fazer.”

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.