O imbróglio criado por Paulo Coelho atingiu níveis nunca vistos antes. Depois de afirmar, em entrevista à Folha, no último sábado (04), que o clássico do modernismo “Ulysses”, do irlandês James Joyce, dissecado não dá mais que um tuíte e intitular a si mesmo de moderno, por transformar em fácil algo que seria difícil, o escritor de “O Alquimista” tem sido atacado no mundo todo.
Jennifer Schuessler, do New York Times, relembrou que o gigante de James Joyce recebeu críticas na época de seu lançamento em 1922, tanto por ser um livro hermético, quanto por apresentar passagens consideradas obscenas. Isso varia a censura a “Ulysses” na Inglaterra e nos Estados Unidos, obrigando alguns leitores a contrabandearem a obra – que logo se tornaria a pedra fundamental da literatura moderna. Porém, o insulto de Paulo Coelho teria sido o “golpe mais duro” sofrido pela obra.
O crítico do jornal inglês The Guardian, Stuart Kelly, também não perdoou o escritor brasileiro. “Somente alguém que nunca colocou os olhos sobre ‘Ulysses’ poderia julgá-lo com ‘puro estilo’”, afirmou.
Nas redes sociais Paulo Coelho foi atacado pelos devotos do irlandês, no entanto, ainda assim, disse que não retira uma palavra do falou. A confusão em que se meteu Paulo Coelho trouxe à tona a eterna discussão sobre sua presença na Academia Brasileira de Letra, ocupando a cadeira 21. A instituição, fundada por Machado de Assis rejeitou autores como Carlos Drummond de Andrade, homenageado na FLIP deste ano, e Vinícius de Moraes.