A avenida mais cosmopolita de São Paulo se prepara para receber novos equipamentos culturais e consolidar assim a imagem de centro urbano de excelência que construiu ao longo de 126 anos de existência. Em maio, a Japan House abriu as portas no número 52 da Av. Paulista. Em agosto, o Instituto Moreira Salles inaugura sua sede paulistana no número 2.424, e, no primeiro semestre do ano que vem, o Sesc Paulista volta para o número 119 da mesma avenida. Somando-se assim ao Masp, ao Conjunto Nacional, à Reserva Cultural, à Casa das Rosas e vários outros equipamentos culturais, os novos empreendimentos trazem, desde a concepção, conceitos modernos de arquitetura e urbanismo e buscam plena integração com a cidade.

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Para discutir o futuro da Avenida Paulista, a plataforma Arq. Futuro promove um seminário reunindo arquitetos, gestores e membros do poder público. O evento Avenida Paulista: Novos Projetos, Novos Rumos ocorre nesta segunda-feira, 17, no Itaú Cultural (Av. Paulista, 149) – ainda é possível se inscrever, gratuitamente, em regime de lista de espera. Quem não conseguir lugar no evento, poderá acompanhar em tempo real no Espaço Itaú Frei Caneca.

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“A Avenida Paulista é a síntese de uma transformação urbana que está acontecendo e atendendo demandas mais contemporâneas da cidade”, diz o cofundador do Arq. Futuro, Tomas Alvim. “É um ciclo: ela sempre foi uma avenida de infraestrutura urbana importante, e aí pela história vira centro industrial, financeiro, hospitalar, e agora, ainda mais, há essa quantidade substantiva de equipamentos culturais”, pontua o organizador do seminário. Ele ressalta a importância de discutir essas transformações “num país em que a cidade contemporânea convive com a cidade medieval”.

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Para Vinicius Andrade, arquiteto da Andrade Morettin, escritório responsável pelo prédio do IMS, a profusão de equipamentos culturais reforça uma vocação polivalente da Paulista. “Se considerarmos que a região da avenida foi recentemente cotada como o metro quadrado mais caro da cidade, as iniciativas de fazer centros culturais funcionam como exemplo”, afirma. “A Paulista atingiu um status de espaço público ‘perfeito’, por congregar residências, escritórios, centros de pequenos serviços, restaurantes, espaços de lazer, parques, ciclovias, estações de metrô, ônibus, etc. Se a gente pudesse repercutir esse modelo em outros lugares-chave da cidade, seria demais.” Andrade participa do seminário do Arq. Futuro.

O diretor regional do Sesc de São Paulo, Danilo Santos de Miranda, também estará presente para falar sobre o retorno do Sesc à Paulista, agora como equipamento destinado ao público. O prédio, totalmente reformulado, terá 15 andares, três salas de espetáculos, áreas de exposição e convivência, sala de ginástica, e outras instalações. A ideia, segundo Miranda, é ter integração com a avenida. “O desejo de ocupar o espaço público de maneira qualificada e adequada é um ganho extraordinário provado nas grandes cidades do mundo”, diz o diretor. “Há comerciantes que reclamam e aqueles que acabam se beneficiando”, comenta, em relação à abertura da Paulista aos domingos, um dos símbolos dessa “retomada” da avenida. “O que interessa é o seguinte, em uma cidade com poucas áreas de lazer públicas, pouco verde e ocupação predatória, é muito vantajoso abrir espaço para apropriação da população, do ser humano.”

O diretor de programação da Japan House, Marcello Dantas, comenta na mesma linha. “Somos parceiros e incentivadores dessa movimentação. Aumentar a participação do cidadão na ocupação do espaço público é algo que precisa ser incentivado. Se a cidade abraçar essa causa, ela se consolida”, diz. A Japan House abre para o público, no dia 18, terça-feira, a exposição Kengo Kuma – Eterno Efêmero, sobre os trabalhos do arquiteto japonês responsável pela reforma do prédio que abriga o centro cultural na Avenida Paulista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.