Há anos, a revista People o colocava na sua lista de pessoas mais bonitas do mundo. Foi a alavanca para que o ex-modelo infantil e juvenil Paul Walker sedimentasse sua carreira em Hollywood. Ele, que vinha fazendo apenas pequenos papéis, foi contratado para contracenar com Vin Diesel num filme que fez tanto sucesso que virou franquia – Velozes e Furiosos, de Rob Cohen. Vieram o 2, 0 3, até o 6. No final do sexto filme da série – um dos filmes mais vistos do ano no Brasil -, uma espécie de avant-trailer anunciava o vilão do sétimo, e ele é (era?) Jason Stathan. A dúvida – a pergunta que não quer calar – o diretor Justin Lin conseguiu finalizar Velozes e Furiosos 7?
Pois, se não o tiver feito, terá agora um problemão. Paul Walker morreu a toda velocidade num Porsche que se chocou com um poste e explodiu no sábado à tarde em Santa Clarita, próximo a Los Angeles – pela diferença de horário, o acidente ocorreu por volta das 21h30 do Brasil. O carro era dirigido por um amigo do astro e não houve possibilidade de socorro. A morte foi instantânea e, pelo estado do carro – um Porsche, como aquele em que o mítico James Dean também encontrou a morte -, os corpos devem ter sido destroçados. Paul Walker tinha 40 anos, que completou em 12 de setembro. Era virginiano de Glendale, na Califórnia, onde nasceu em 1973. A vida inteira praticou esportes – natação, surfe. E já era louco por carros antes de se incorporar à série com Vin Diesel.
O físico atlético contribuiu para o sucesso. Velozes e Furiosos iniciou uma nova etapa de sua carreira. Ganhou vários Young Hollywood Awards e MTV Awards – como ator revelação e até melhor ator.
Em 2003, venceu o Teen Choice Award na categoria ‘melhor química’, mas o que o troféu celebrou não foi a parceria com Vin Diesel, mas a química com seu carro. Numa entrevista feita no Brasil, Paul Walker disse que dirigir daquele jeito era coisa de cinema, e não recomendava que ninguém o imitasse. Considerava-se um motorista cauteloso. A ironia foi que morreu no banco do passageiro. O amigo e ele participavam de um evento beneficente organizado pela Reach Out Worldwide, uma ONG que Walker criou para ajudar vítimas de calamidades em todo o mundo.
Mas ele adorava o perigo – à reportagem, confessou que integrava um grupo cuja diversão era alimentar tubarões em mar aberto, com todo o risco daí decorrente (mas garantia que era um risco controlado, porque não era louco de querer perder a vida à toa). Durante 11 anos, entre 1985 e 96, ele fez bastante TV, mas nada importante.
No cinema, além da franquia Velozes e Furiosos – seu personagem é Brian O’Conner; Vin Diesel é Toretto -, teve participações destacadas em Perseguição – A Estrada da Morte, de John Dahl (com roteiro de J.J. Abrams), A Conquista da Honra, de Clint Eastwood, Resgate Abaixo de Zero, de Frank Marshall, e A Vida e a Morte de Bobby Z, de John Herzfeld. Paul Walker deixa uma filha de 14 anos, que mora no Havaí com a mãe.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.