Patrícia França teve que mudar sua vida para viver a vilã de Escrava Isaura

Patrícia França pensou muito antes de topar fazer A Escrava Isaura, da Record. A atriz lembra que o diretor Herval Rossano foi até bastante paciente com ela durante as longas negociações para fazer parte do elenco da novela. Patrícia conta que precisou pesar prós e contras antes de assinar o contrato com a emissora para viver a antagonista Rosa. “Tive de deixar minha cidade, minha filha e meu marido. E isso não é muito fácil, ainda mais de uma hora para outra”, confessa. Patrícia garante que até já se acostumou com a rotina de viver na ponte aérea entre Rio e São Paulo. E não se arrepende da decisão. “Mesmo passando a semana longe da minha família, o esforço está sendo compensado. Está sendo um prazer viver a Rosa”, avalia.

Na pele de sua terceira vilã na televisão – a atriz também interpretou a malvada Clarice, em Suave Veneno, e Blanca de Sevilla, em A Padroeira, da Globo -, Patrícia garante que não tem preferência entre viver a mocinha ou a vilã. “Só quero mesmo é ter prazer na hora de atuar, independentemente da personagem”, pondera. A atriz acrescenta também que, ao longo da carreira, está sempre interpretando mulheres fortes e independentes na telinha. “Nunca fiz papel de filhinha de ninguém. Pelo contrário, todas as minhas personagens têm sempre uma forte carga dramática”, valoriza.

Empolgada com a nova “casa” – o último trabalho foi uma pequena participação em Chocolate com Pimenta, da Globo -, Patrícia acredita que a iniciativa da Record, de criar um novo pólo de teledramaturgia, só traz benefícios para profissionais e atores. A atriz não esconde que é preciso ampliar o mercado de telenovelas e aumentar a concorrência. “O monopólio não faz bem para ninguém. Acho que a emissora está no caminho correto e tem tudo para dar certo”, aposta.

Morena brejeira

Patrícia França pode ser considerada uma atriz de sorte. Com um perfil que se enquadrava perfeitamente na sua personagem de estréia, Patrícia foi escalada para viver a protagonista da minissérie Tereza Batista, da Globo. A atriz garante que o fato de estrear logo com um papel principal fez com que ela também amadurecesse mais rapidamente como pessoa. “De uma hora para outra a minha vida mudou. Mas foi ótimo encarar o trabalho de atriz, que eu sempre sonhei na minha vida”, lembra.

O amadurecimento pessoal, porém, não interferiu no ar brejeiro e jovial de Patrícia. O jeito de menina também fez com que a atriz ficasse associada ao perfil de mocinha sofredora, como as personagens de Maria Santa, em Renascer, e de Cláudia, em Sonho Meu, primeira novela em que viveu uma protagonista. “Foram ótimas experiências e me proporcionaram um crescimento profissional”, avalia. Mas a atriz não deixou que o “rótulo” de boa moça ficasse realmente impregnado na sua trajetória na telinha. A virada, porém, aconteceu em Suave Veneno. Em seguida, Patrícia novamente viveu a vilã Blanca Sevilla, em A Padroeira. “Além das vilanias, ela também tinha um lado bem sensual”, recorda.

Interpretações musicais

Patrícia França considera a música fundamental na sua vida e confessa que a paixão pelo canto acabou rendendo frutos na sua carreira de atriz. Mesmo não sendo uma cantora profissional, Patrícia já se arriscou a soltar a voz em espetáculos musicais no teatro. A estréia foi em A Ver Estrelas, com direção de João Falcão e com a participação do conjunto musical Quinteto Violado. “Eu recitava poemas e contava com a participação do grupo. Foi meu primeiro espetáculo musical”, recorda, acrescentando que a temporada acabou se transformando em disco, lançado em 1993.

Empolgada com a repercussão positiva, Patrícia não se intimidou em novamente participar de outros espetáculos musicais. Foi o caso de Aladim e Péricles, dirigido por Marcelo Sabak e Ulysses Cruz, em que a atriz novamente soltou a voz. Mas, dessa vez, Patrícia cantava em latim. Logo em seguida ela também cantou em Peer Gynt, com direção de Moacir Góes. “Foram trabalhos gratificantes na minha carreira, que me possibilitaram aprimorar esse meu lado musical”, confessa.

Patrícia recorda também que na televisão já interpretou personagens que também chegaram a cantar. A primeira oportunidade dos telespectadores de conferirem um pouco da versatilidade da atriz aconteceu em Renascer, quando Patrícia soltou a voz no final da novela. Ela cita também a personagem de Lucilene, uma cantora de cabaré na trama O Fim do Mundo. “Foi engraçado, porque as pessoas não sabiam que eu também cantava e puderam ver esse meu outro lado artístico”, avalia. Mesmo com talento musical, a atriz garante que não pensa em gravar um disco com repertório próprio. Patrícia revela que apenas tem vontade de montar um novo espetáculo musical. “Tenho muita vontade de interpretar uma cantora no teatro”, confessa.

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