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‘Pássaros de Verão’ expõe guerra de clãs por causa de droga

Há tempos que os críticos mais espertos vêm chamando a atenção para a vitalidade e diversidade do cinema colombiano, um dos melhores da América Latina. Mas foi preciso que Ciro Guerra fosse indicado para o Oscar de melhor filme estrangeiro por O Abraço da Serpente para que o mundo todo se rendesse à evidência. O Oscar da categoria agora contempla o melhor filme internacional.

A visibilidade da Academia permitiu que Ciro Guerra e sua parceira, a produtora e aqui codiretora Cristina Gallegos, fizessem na sequência Pássaros de Verão, que estreia nesta quinta, 22, nos cinemas brasileiros. Numa iniciativa que vale destacar, Ademar de Oliveira não apenas está lançando Pássaros como traz de volta O Abraço da Serpente no Itaú Augusta, permitindo ao público avaliar a força do cinema colombiano e de seu agora mais internacionalmente conhecido artista, Ciro Guerra.

O mundo indígena, a cosmogonia dos primitivos habitantes da América seguem movendo o cineasta, mas agora tudo muda. O Abraço, em suntuoso preto e branco, abordava os povos da floresta. Pássaros, com suas cores elaboradas, passa-se na desolada região desértica do norte da Colômbia, próxima à fronteira com a Venezuela, nos anos 1960. É aí, entre o mar e a floresta, que vivem os wayuu. Numa entrevista por telefone, Guerra conta que, embora seu filme seja ficção, os fatos são reais.

“Os wayuu sempre foram contrabandistas, faz parte de sua história. Até hoje traficam combustível na fronteira, mas o que nos interessou, a Cristina e a mim, foi a guerra de clãs, ou famílias, movida pela droga. De cara, o cantador informa que a luta fratricida destroçou o mundo wayuu e provocou muita destruição. Quando começamos a pesquisar para contar essa história, vários elementos se somaram.” Amor, ódio, mitologia, destino.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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