Faltam alguns desfiles para o final da temporada, mas já sobram certezas sobre a moda do inverno 2015 no quarto dia da São Paulo Fashion Week. Tricôs variados, sapato baixo masculino, cintura marcada, bordados (inclusive em roupas para o dia) e as chamadas saias mídi, aquelas com o comprimento abaixo do joelho, estarão no topo da lista de desejos da estação. Onipresentes nas passarelas, essas peças permearam coleções de vários estilistas.

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No desfile de estreia da marca mineira GIG, na temporada paulista, viu-se um trabalho primoroso com tricô. A inspiração nasceu de uma viagem da estilista ao Uzbequistão – com direito a acampamento com os nômades da região. Daí surgiu a cartela de cores, com tons queimados como tijolo, camelo e laranja, tirados das cerâmicas e do deserto. “A cultura desse país é rica em detalhes, poderíamos fazer dez temporadas com tanta informação que colhemos”, comentou Gina Guerra, estilista da marca. Estampas gráficas, com texturas e adamascados, surgiram em looks compostos por casacos alongados abertos, vestidos mídi afastados do corpo e sapatos baixos. Uma controversa bermuda comprida (do tipo que encurta a silhueta) também marcou presença.

O tricô foi marcante também nas coleções da estilista Fernanda Yamamoto, que lançou um guarda-roupa de inverno com sobretudos pesados, e de Oskar Metsavaht, diretor criativo da Osklen. Logo no início do desfile, uma sucessão de pulôveres que pareciam feitos lã, mas eram de seda desfiada, exibiam uma técnica inovadora de confecção. O mote era os viajantes modernos e para eles Metsavaht imaginou acessórios como as bolsas em formato de câmera fotográfica – pronta para clicar um novo destino – ou fones de ouvido, para quem não dispensa música na estrada, carregados com despojamento pelos modelos. O cenário, com projeções de estradas, completava o clima.

Passo Firme

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Oxford e mocassim estilizados foram vistos em todas as passarelas do dia. A estilista Juliana Jabour fez um jogo entre o feminino e masculino combinando estampas florais, moletom e casacos em neoprene com mocassins brancos e pretos.

Superesportiva, a coleção fez um resgate de sucessos dos anos de carreira da estilista, misturando nylon e crepe e trabalhando com bordados em forma ilhós.

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Botinhas estilo Chelsea, com elásticos na lateral e salto grosso complementaram as criações de Glória Coelho. Nesta edição, a estilista apostou no vinil, que trouxe brilho a vestidos e casacos. A inspiração na musa Jane Birkin estava nas modelagens escolhidas, como as calças flare e saias em formato A e vestidos estilo sessentinha estruturados, com a cintura marcada.

Conforto é uma prioridade entre as coleções de inverno da estação. Inclusive, em roupas sofisticadas. A estilista carioca Patrícia Vieira, famosa por seu trabalho com couro, apresentou na Faculdade de Belas Artes uma série de vestidos acinturados, estampados com florais e desenhos geométricos, em um couro fino, leve e maleável. Essa foi a primeira vez que a estilista carioca se apresentou em São Paulo. Nos bastidores, ela estava tranquila, mas com uma “cola” na mão daquilo que iria dizer em seu desfile-apresentação. “Mostrar a coleção aqui é como se fosse prova final da escola”, brincou.

Ao lado do stylist Felipe Veloso, com quem trabalha há cinco anos, Patricia contou sobre o processo criativo da marca e as suas inspirações para essa coleção enquanto as modelos entravam para mostrar os looks. A arquitetura de Frank Lloyd Wright e o design escandinavo foram o ponto de partida para a coleção repleta de referências geométricas. Colaboraram Marina Domingues, Helena Tarozzo e Mariana Belley As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.