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Para a codiretora, uma experiência ‘contracultural’

Manuela Dias sabe bem o que é essa história de relacionamento a distância. “Namorei durante dois anos e meio um diretor mexicano que conheci num festival.” Mas ela nunca pensou em ficcionalizar a experiência. “Foi durante o set de A Hora e a Vez de Augusto Matraga. Eu estava no interior de Minas com o Vinicius (Coimbra). A história começou a se desenhar na minha mente.” Uma roteirista brasileira conhece e se enamora de um ator e diretor colombiano, a quem conhece num festival.

Love Film Festival – a narrativa se desenrola em festivais de cinema de quatro países (Brasil, Colômbia, EUA e Portugal). Importantes diretores (Kleber Mendonça Filho, Beto Brant) fazem pontas. A ficção invade a realidade. “A inserção deles foi bem orgânica. E são meus amigos.” Roteirista aclamada (das minisséries Ligações Perigosas e Justiça), Manuela conseguiu o que parecia impossível. “Digo que sou roteirista profissional e diretora amadora.” Para levar adiante o projeto, contou com a cumplicidade do ex-marido Vinicius Coimbra e também de Bruno Safadi e Juancho Cardona. Cada um dirige um episódio, Manuela também dirige um. E ela ainda assina a produção e a montagem.

“Eles foram decisivos em todo o processo criativo. Me permitiram viabilizar o que estava em meu coração.” Trata-se, portanto, de uma rara experiência de direção cooperativa. Nem por isso ela se sente menos autora. “O filme nasceu desse desejo de misturar viagens e filmes. É um filme de amor ao cinema, mas eu tenho a impressão que mais ainda é um filme de amor pelas pessoas. Tudo no mundo atual nos empurra para o individualismo e eu estou querendo falar de amor como uma forma de resistência. Os meninos entenderam e me ajudaram.”

Aos 40 anos e mãe de Helena, Manu, como é chamada, está numa fase de muita energia. Vai escrever sua primeira novela solo e a Globo Filmes também já lhe encomendou a sequência de Love Film Festival. O longa já estreia com a promessa do 2. “Tudo isso dá um trabalho imenso, mas fico feliz porque investir no romântico, como estou fazendo, virou contracultural. Estou indo contra a corrente.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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