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Paisagens sonoras de Flávio Venturini

Quando se pensa no início da carreira do cantor e compositor mineiro Flávio Venturini, logo vem à lembrança a banda 14 Bis, que ele ajudou a fundar junto com os músicos Sérgio Magrão, Hely Rodrigues, Vermelho e seu irmão Cláudio Venturini, no final de 1979.

Mas Venturini tinha feito parte de O Terço, desde 1974, quando o grupo já estava na sua segunda formação, agora com Sérgio Hins, o único que permaneceu desde o início, Sérgio Magrão e Luís Moreno. “Os caminhos que nós músicos percorríamos naquela época eram muito parecidos. Meu contato com O Terço aconteceu em 1969, quando eles defenderam uma música composta por mim e por Vermelho, Espaço Branco, no Festival Universitário da Canção, em Belo Horizonte”, relembra o cantor.

Ficaria no grupo até 1977, e foi atrás de novos rumos para sua carreira de cantor, pois como compositor ele havia feito algumas canções gravadas por artistas como Beto Guedes. “Beto foi muito importante para mim ao gravar Nascente, que fiz com Murilo Antunes, no seu disco A Página do Relâmpago Elétrico.”

A música Nascente foi um verdadeiro nascedouro na trajetória de Flávio Venturini. A composição entraria no disco seminal Clube da Esquina 2, gravada por Beto Guedes, e daria título ao primeiro disco solo do cantor, em 1982, época em que ele ainda conciliava a carreira com o 14 Bis, que ele deixaria em definitivo em 1988.

“É mesmo uma música fundamental, junto com meu primeiro disco solo. Eu vejo o álbum como um trabalho de grande verdade, feito com muito carinho e esmero, um trabalho em que reuni o melhor de minhas composições, desde o início de minha carreira, e teve a participação de grandes músicos, como Milton Nascimento, Beto Guedes e o próprio 14 Bis”, avalia.

Nos dois shows que fará em São Paulo, no Teatro J. Safra, hoje, 20, e sábado, 21, às 21h30, o cantor e compositor mostrará as suas conhecidas canções Todo Azul do Mar, Noites com Sol, Espanhola, Céu de Santo Amaro, todas com novos arranjos, e algumas composições instrumentais, feitas por ele ao longo de mais de 40 anos de travessia. “Na verdade, sempre compus nesse estilo. A primeira gravação de Beto Guedes, em 1973, foi Belo Horror, feita por ele, por mim, Vermelho e Márcio Borges, uma suíte de 11 minutos. No grupo O Terço fiz 1974, Suíte e vários arranjos com ênfase no instrumental”, diz.

Além dos shows, o cantor está em turnê há dois anos com a dupla Sá & Guarabyra e 14 Bis apresentando Encontro Marcado, em comemoração aos 40 anos de carreira deles. “Foi uma boa oportunidade de estar no palco com o 14 Bis e com os amigos queridos como são o Sá e Guarabyra, o que reativou nossas parcerias de composição. A turnê vem numa escala de sucesso com 90% de casas lotadas pelo Brasil. Creio que o projeto ainda tem fôlego para mais um ano”, revela.

Em relação ao futuro, Venturini diz que ainda acalenta realizar um álbum só com músicas instrumentais e quer compor mais trilhas sonoras para filmes, como a que fez para As Mães de Chico Xavier. “Continua a ser forte minha vontade de registrar canções que vou acumulando há alguns anos e sinto cada vez mais perto o momento de registrá-las em um CD todo instrumental. Tenho grande admiração por trilhas de cinema, tive poucas oportunidades, quero fazer mais.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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