“Guerra” e “Paz”, principais murais de Portinari, pintados no Rio em 1955 e 1956 sob encomenda para a entrada da sede da Organização das Nações Unidas, em Nova York, estão de volta à cidade, e em seu primeiro ponto de exibição: o Teatro Municipal. No fim de semana, dividiram o palco com a Sinfônica Brasileira e a orquestra e o coro do Municipal, no fechamento da programação do teatro de 2010. Não estavam visíveis ao público, que poderá admirá-los a partir de quarta-feira, das 10 às 22 horas (a cada 2 horas, gratuitamente, mediante retirada de senha). Amanhã, serão “reinaugurados” pelo presidente Lula, cuja diplomacia ajudou o Projeto Portinari a trazê-los para restauro e exibição. Ficarão no palco até o dia 30, à exceção dos dias 24 e 25.
No início de 56, antes de seguirem para os Estados Unidos, os painéis, que somam 280 m², provocaram uma corrida ao teatro: os cariocas queriam conferir o presente do governo brasileiro à ONU. Agora, espera-se o mesmo. Não são só a monumentalidade e força das imagens de desespero, em “Guerra”, e de esperança, em “Paz”, impressionam, mas também a história da pintura. Portinari (1903-1962) já sofria efeitos da intoxicação por tintas que o mataria, teve de trabalhar num galpão de Botafogo sob temperatura de 40ºC. Ao ver as obras sendo desencaixotadas no Municipal, João Cândido, que, adolescente, acompanhou o trabalho do pai, relembrava: “Ele desobedeceu às ordens médicas porque era a maior oportunidade de mostrar sua mensagem de paz. Estou muito emocionado.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.