Terminam hoje os trabalhos de restauração dos painéis “Guerra e Paz”, de Candido Portinari, que desde fevereiro eram realizados no Palácio Gustavo Capanema, no Centro do Rio. É a última oportunidade para os cariocas de conferir as obras antes que sejam levadas a São Paulo, onde serão expostas em agosto e setembro. Desde o início da restauração, aberta ao público, mais de 5 mil pessoas visitaram os painéis no Palácio Capanema.

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A capital paulista será o ponto de partida para exposições itinerantes. De lá, os painéis devem seguir para China, Índia, Rússia e Noruega, até que retornem à sede da ONU, em Nova York, em 2013. A ida para São Paulo foi sacramentada há uma semana com a assinatura de um contrato de patrocínio entre o Projeto Portinari e a holding Brazilian Finance & Real Estate (BFRE), que vai investir R$ 2,5 milhões. A exposição será gratuita e o local deve ser a Oca do Parque do Ibirapuera.

Confeccionados a pedido do governo brasileiro como um presente à sede da ONU, os painéis “Guerra e Paz” ficaram expostos por 56 anos no hall de entrada da Assembleia Geral, restrito à maioria dos visitantes. Em dezembro do ano passado, voltaram ao Brasil para uma exposição no Theatro Municipal do Rio.

Segundo o filho do artista e diretor do Projeto Portinari, João Candido Portinari, ver a obra voltando a ter as cores originais é “quase mágico”. João Candido também se disse emocionado por saber que o local é o mesmo onde o pai foi velado, em 1962. “É como se fosse um renascimento da mensagem e da obra dele”, disse.

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O coordenador dos trabalhos de restauração, Edson Motta Júnior, afirma que entre 80% e 90% das cores originais foram recuperadas. De acordo com o restaurador, na ONU os painéis ficaram expostos à luz por meio de uma janela de vidro, e o sol se punha “em cima” deles. Houve também o acúmulo de sujeira e fuligem ao longo dos anos. “O que se perdeu pela luz, o que desbotou, não conseguimos recuperar”.

Inédito – Em São Paulo, os painéis serão expostos pela primeira vez junto com os estudos preparatórios de Portinari para as obras. São cerca de 180, entre esboços e reproduções em telas, que estavam em coleções particulares ou bancos. “Nem meu pai teve a oportunidade de vê-los juntos”, disse João Candido.

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Segundo ele, a decisão de levar a exposição para os demais países dos BRICs partiu do Ministério das Relações Exteriores. “Também estamos em um processo avançado de negociação para levar os painéis para a Noruega, no fim de 2012, para que a cerimônia de entrega do Nobel da paz seja feita com eles de fundo”, disse. Antes de retornarem à sede da ONU, é possível que “Guerra e Paz” sejam novamente expostos no Rio de Janeiro.