Padrinho Cultural leva arte à periferia de Curitiba

Há seis anos o projeto “Padrinho Cultural” garante às crianças da periferia de Curitiba e RMC a vivência, a socialização e o acesso à cultura e à cidadania. Idealizado pelo músico Celso Amorim, a proposta teve início a partir do convite de um amigo do artista, que sugeriu a promoção de aulas de artes no Jardim Caiuá como uma tentativa de levar àquela comunidade um pouco de cultura. “É triste constatar que a cultura simplesmente não chega em certas regiões. No Caiuá, por exemplo, não existe teatro nem cinema, somente o tradicional futebol na praça”, explica Amorim.

A turma inicial, formada por 15 alunos, deu lugar ao impressionante número de 240 crianças, salto ocorrido em um período de apenas três meses. A idéia foi tão bem aceita que percorreu a cidade e atravessou fronteiras: São José dos Pinhais, Cidade Industrial, Vila Oficinas e até Paranaguá; todos queriam participar deste novo projeto, que possibilita aos pequenos moradores das regiões periféricas o acesso à arte e a chance de viver uma realidade diferente daquela a que estão acostumados. Eleito um dos 30 melhores projetos em concurso promovido pelo Unicef e um banco nacional, o “Padrinho Cultural” já atendeu a mais de cinco mil crianças. “Sei o nome de todas, uma por uma”, gaba-se Amorim.

Mudando para melhor

Se em 1998 a idade mínima para participação era de seis anos, agora o projeto ? coordenado pela ONG SOS Cultura ? atende a qualquer faixa etária, desde que a pessoa esteja na escola. São oito colaboradores voluntários, que se revezam para realizar as atividades semanais, escolhidas de acordo com a aceitação dos alunos. Aulas de teatro, de dança, música, ioga, inglês, italiano, musicalização e coral rendem boas surpresas, como a revelação de novos talentos e a atual formação de cinco orquestras de violão, sete grupos de teatro (com a encenação de peças do ator e escritor Woody Allen no currículo), dois corais e dois grupos de dança. “Um de nossos grupos de teatro está com apresentações marcadas até julho deste ano”, fala o idealizador do “Padrinho Cultural”.

O que mantém a continuidade do trabalho é a venda de produtos relacionados ao projeto, como camisetas elaboradas por artistas plásticos curitibanos (como Sava de Leon), cds de músicos parceiros (como as bandas Opinião Pública e Swing Barnabé), cds infantis (SOS Floresta e Vamos Acabar com a Natureza, crítica à destruição do meio ambiente), adesivos e calendários e a organização de festas e de festivais. A renda obtida com a comercialização desses artigos garante o material (giz, papel, cordas de violão, maquiagem) e o pagamento do vale-transporte dos professores. Além disso, o “Padrinho Cultural” conta com o apoio da comunidade em geral, de pequenas empresas e de instituições, como a parceria efetuada recentemente com a Fundação Honorina Valente e a Fundação Brasil de Arte e Cultura.

Segundo Amorim, o “Padrinho Cultural” é tão bem aceito porque representa uma oportunidade única das crianças desenvolverem atividades diferentes do seu cotidiano. “Aqui elas passam por uma mudança no comportamento e adquirem senso crítico. Através da arte conseguimos uni-las, modificá-las e socializá-las”, finaliza Amorim. Mais informações sobre o “Padrinho Cultural” podem ser obtidas no telefone (41) 3026-7625.

Serviço ? Projeto “Padrinho Cultural”
Informações: (41) 3026-7625 – Sede: Rua Desembargador Hugo Simas, 2540 – Pilarzinho

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