A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood enfrenta neste domingo (22) um dos maiores desafios de sua história – recuperar um prestígio e uma magia há muito arranhados. A 81ª cerimônia de entrega do Oscar, que começa às 22 horas (horário de Brasília), tem a missão primeira de apagar o triste recorde da festa do ano passado, a menos vista em sua trajetória. Também a crise econômica deixou rastros visíveis, com as tradicionais festas agora mais enxutas e os estúdios limitando ao máximo seus gastos na campanha para ganhar as estatuetas. “Este será, portanto, um show em que correremos grandes riscos”, percebeu o presidente da Academia, Sid Ganis.

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Com o sinal de alerta piscando sem cessar desde o ano passado, a cerimônia de hoje pretende surpreender. Ganis não forneceu maiores pistas, mas fontes ligadas à produção confidenciam que a entrega vai seguir o roteiro de uma narrativa linear, ou seja, não se limitará a um mero desfile de agradecimentos – a festa funcionará como uma história, a ser contada à medida que os 112 indicados forem conhecendo seu destino, com direito a surpresas para frear as erosões de anos passados.

Alguns percalços, porém, persistem. Peter Gabriel, indicado na categoria de melhor canção por Down to Earth, da animação Wall-E, recusou-se a apresentar apenas 65 segundos da música, uma das regras que buscam reduzir o tempo da cerimônia para menos de três horas. “Nós, músicos, também fazemos parte de um filme, portanto, merecemos respeito”, protestou o inglês.

A limitação estará ainda nos discursos de agradecimento, ou seja, amigos e familiares terão de ser lembrados em até no máximo 45 segundos quando a orquestra tomará conta do áudio. Para amenizar medidas tão antipáticas, o comando da festa estará nas mãos do ator australiano Hugh Jackman – com seu corte de cabelo moderno, carreira balanceada entre filmes cult e arrasa-quarteirões e um sorriso amistoso às câmeras, ele sintetiza hoje o glamour do cinema americano.

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