Os Paralamas do Sucesso e Titãs fazem tributo ao rock

Quem está na faixa dos 30 anos de idade e gosta de rock nacional provavelmente conhece a letra da música Meu erro (“Eu quis dizer você não quis escutar, agora não peça, não me faça promessas”), da banda Os Paralamas do Sucesso. Vital e sua moto e Alagados, duas canções mais antigas, e ainda a balada que tocou muito nas rádios, Uma brasileira, também devem estar na ponta da língua para quem gosta do que os anos 80 e 90 deixaram de mais relevante no rock nacional.

Também é difícil de esquecer Marvin, ou Comida, dos Titãs, outro marco dos anos 80. Quem quer ouvir estes e outros sucessos, ao vivo, com as duas bandas juntas, não pode perder o Show 25 anos rock Paralamas e Titãs. O show será nesta sexta-feira e no domingo, no Teatro Guaíra. Porém, os ingressos para sexta já estão esgotados, para conseguir um de domingo é bom se apressar.

O show é o mesmo do CD/DVD Paralamas e Titãs: juntos ao vivo, gravado em 2008. O baterista de Os Paralamas, João Barone, diz que se surpreendeu com o sucesso dessa turnê, que é a receita certa de teatro lotado. “Era para a gente fazer oito shows, mas já fizemos cerca de 20”, contou. E agora Paralamas e Titãs têm que conciliar a agenda cheia dos shows dos álbuns recentes com o projeto da apresentação dupla. “É surpreendente ainda ter essa demanda, estamos muito felizes”, disse Barone. Ele comentou que a produção do show duplo é sempre mais cara, mais complicada, nada fácil. Porém, depois do lançamento do DVD ninguém os segurou: já foram vendidos mais de 25 mil cópias e prova do sucesso são os shows extras.

Brasil afora, último álbum de Os Paralamas foi mais um motivo de comemoração da banda, que já tem mais de 20 anos de carreira. “Outra surpresa para nós. Já ganhamos alguns prêmios com o Brasil afora, e tudo aconteceu sem a gente planejar”, conta. O show no Guaíra terá momentos em que as duas bandas tocarão juntas, outros em que ficarão separadas, e ainda alguns toques de acústico, com o rearranjo de algumas canções. Aliás, essa é a característica das duas bandas: renovar sempre. “O que sempre orientou nosso trabalho foi a espontaneidade. E assim vamos continuar”, observou Barone.

A história de Os Paralamas e dos Titãs é marcada por vários momentos de reinvenções. Os Paralamas iniciaram a carreira em 1983 com o álbum Cinema mudo, época em que Herbert Vianna (vocalista) ainda usava óculos (a história foi imortalizada na canção Óculos). Um ano depois veio O passo do Lui, Selvagem, entre muitos outros. Bora Bora e Os grãos já começaram a mudar o tom, com baladas em que as guitarras e a bateria estremeciam o palco, no primeiro; e as músicas mais calmas eram predominantes, no criticado Os grãos. Vamo batê lata, CD de 1995, foi mais dançante. Até chegar no Longo caminho, título sugestivo para o primeiro CD depois do acidente que vitimou a então esposa de Vianna, Lucy, e o deixou na cadeira de rodas. Persistente, o vocalista nunca desistiu, e se apresenta até hoje mesmo com a limitação. No palco, Vianna toca tão bem quanto há 20 anos.

A história dos Titãs é semelhante no que diz respeito às mudanças de estilo no decorrer dos anos. No início, um pouco depois dos tempos dos Titãs do iê iê iê, músicas um pouco mais agressivas, contundentes, como Bichos escrotos (que rendeu multas a algumas rádios). O sucesso do clipe de Flores, que rendeu prêmios à banda, também merece destaque. E ainda o protesto com Polícia e Homem primata (as duas canções renderam vários elogios da crítica para os Titãs). Em seguida a fase romântica,, com baladas como É preciso saber viver, Epitáfio e Por que eu sei que é amor encantam todos os amantes da versatilidade do rock nacional.

Serviço

Show 25 anos rock Os Paralamas do Sucesso e Titãs. Sexta-feira, às 21h, e domingo (sessão extra), às 20h, no Teatro Guaíra – Grande Auditório (Rua XV de Novembro, 971). Ingressos a venda na bilheteria do teatro.  Informações: (41) 3315-0800.

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