Começou ontem para convidados, e será aberta hoje para o público, a 1.ª Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental, que ocorre na cidade até quinta-feira. Como o nome já deixa claro, o evento elege o meio ambiente como seu principal foco e protagonista. Por ‘meio ambiente’ entenda-se muito mais que o já batido binômio ‘índios e florestas’.

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O meio em que vive a grande maioria dos seres humanos é urbano, poluído, caótico e enfrenta questões que vão desde a poluição dos rios e córregos metropolitanos até o excesso de veículos, consumo desordenado e superpopulação. “Temos de mudar nosso conceito de que meio ambiente é só ‘a natureza’. Mais do que tudo, é uma questão urbana. Quem sofre as principais consequências da forma como tratamos o planeta são as pessoas que vivem em grandes centros urbanos”, comenta Chico Guariba, diretor e criador do festival.

Obviamente, tudo isso está profundamente ligado aos problemas florestais e vice-versa. O efeito causa e consequência é crucial quando se discute os enormes desafios de se aproveitar com responsabilidade os recursos do meio em que se vive.

Se as temáticas ambientais vão muito além dos clichês, a seleção de filmes de um festival sobre o assunto também deve seguir esse caminho. “O que eu mais queria era mostrar que há muito mais tipos de filmes ambientais do que imaginamos. Neste primeiro ano, temos os eixos do Ativismo, Povos e Lugares, Consumo, Energia e Mudanças Climáticas”, conta Guariba, ele próprio documentarista que trabalha atualmente em uma série em coprodução com a TV Cultura sobre o desafio do desenvolvimento sustentável: Metrópoles.

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“Nosso modo de vida é muito afetado pelas grandes mudanças do meio ambiente atual. E isso é muito dramático. Queria ter trazido um tema só sobre cidades. Mas, quando fui pesquisar a produção mundial, não encontrei uma amostra suficiente de filmes que tratam da vida nas metrópoles. O que é absurdo. Se pensarmos no Brasil, onde 90% da produção de documentários do gênero são sobre a questão indígena, sendo que 97% da população brasileira vive em cidades, é absurdo.” As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

ECOFALANTE – Livraria Cultura. Av. Paulista, 2.073. Cine Sabesp. Fradique Coutinho, 361. MIS. Av. Europa, 158. Grátis. Até 22/3.

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Programação: www.ecofalante.org.br/mostra