São Paulo – Leila Diniz não precisou levantar bandeira nem queimar peças íntimas para despontar como a musa do prazer dos anos 1960 – bastou ser ela mesma. Ao dizer abertamente, com todas as palavras e palavrões, o que a maioria só afirmava às escondidas, ela, que praticava a liberdade sexual em uma época nada tolerante, despertava amor e ódio. Com um sorriso estonteante e capaz de gestos impensáveis, como posar grávida de biquíni, Leila era a estrela com vocação para revolução. Hoje ela completaria 60 anos se não tivesse morrido em 1972, em um acidente de avião na Índia. O mito, porém, perdura e Leila Diniz será homenageada com diversos programas exibidos pelo Canal Brasil (Net, Sky), comprovando que, se os tempos hoje são outros, ela continua insuperável.

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A mostra começa na terça-feira, às 17h, com a exibição de Retratos Brasileiros, programa que reúne depoimentos de amigos e cineastas como Paulo Cezar Saraceni, Ana Maria Magalhães, Luiz Carlos Lacerda, dos escritores Ziraldo, Ruy Castro, Miriam Goldenberg, do ator Leonardo Vilar e, principalmente, do escritor e diretor Domingos Oliveira, que foi marido de Leila. Ele é o autor do filme mais importante de Leila, Todas as Mulheres do Mundo (1967), que será exibido em seguida pelo Canal Brasil, às 17h30.

Leila teve uma passagem relativamente curta pelo cinema, o que impediu que se afirmasse como grande atriz. Veio do teatro rebolado, participou de telenovelas (Ilusões Perdidas e O Sheik de Agadir) até começar no cinema com pequenas participações em O Mundo Alegre de Helô (1966), de Carlos Souza Barros, e em um dos contos de Jogo Perigoso (1967), de Luiz Alcoriza, chamado Divertimento, todas pontas insignificantes. Sua consagração ocorreu mesmo com Todas as Mulheres do Mundo.

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