A Orquestra Sinfônica da Venezuela, que neste ano completa 80 anos, virá ao Brasil em abril para apresentações de comemoração ao bicentenário da independência venezuelana. É a segunda orquestra mais antiga da América Latina, ficando atrás apenas da uruguaia. Os concertos estão marcados apenas para abril, mas, no fim de semana, representantes da Sinfônica estiveram em São Paulo para conhecer a estrutura do local onde irão tocar (Sesc Pinheiros) e para acertar uma espécie de intercâmbio com membros da Escola de Música do Estado de São Paulo – Tom Jobim.
“Tocamos o repertório internacional, mas nossa grande proposta é divulgar a autêntica música crioula venezuelana, que é extremamente rica”, diz Angelo Pagliuca, maestro da Orquestra Sinfônica da Venezuela. De fato, diferentemente da Orquestra Jovem Simon Bolívar, acostumada a interpretar principalmente obras de compositores europeus, a sinfônica venezuelana carrega em sua essência o orgulho de executar um repertório basicamente nacionalista. Postura esta que aqui no Brasil será recebida de braços abertos, já que os venezuelanos conhecem muito mais da música brasileira do que os brasileiros em relação a deles.
“A Venezuela, por sua posição geográfica privilegiada, e por sempre ter sido aberta aos imigrantes, assim como o Brasil, recebeu influências de todos os lados, as compreendeu e as misturou, formando uma música com suas características próprias. É isso que queremos mostrar aqui no Brasil”, diz Alejandro Ramírez, diretor da Sinfônica da Venezuela.
A orquestra, que tocará no Sesc Pinheiros no dia 16 de abril, ainda negocia outra apresentação, em outro local, em São Paulo, de preferência em algum parque para que mais pessoas possam assisti-la. O que está certo em solo paulistano é uma palestra aos estudantes da Escola de Música de São Paulo. “Seria muito importante, já que conhecemos muito pouco da música latina e da venezuelana”, diz Sílvio Ferraz, maestro e professor da escola. Depois, os 95 músicos comandados por Angelo Pagliuca seguem para Brasília, em concerto que também vai comemorar os 50 anos da capital federal, e posteriormente para o Rio de Janeiro, ainda com local indefinido. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.