Orquestra Sinfônica abre Festival de Teatro de Curitiba

A Orquestra Sinfônica do Paraná, sob a regência do maestro Alessandro Sangiorgi, fará hoje a abertura do 15.º Festival de Teatro de Curitiba, às 20h, no Auditório Bento Munhoz da Rocha Netto (Guairão). Esta será a primeira vez que o festival será aberto com a Orquestra e não com uma peça de teatro. A apresentação será apenas para convidados. A direção cênica será de Márcio Abreu com a participação especial do ator Luis Melo.

No programa, História do Soldado, de Igor Stravinski, West Side History, de Leonard Bernstein, e textos do dramaturgo Jean-Luc Lagarce. A história do soldado terá como solistas Paulo Torres (violino), Maria Helena Salomão (contrabaixo), André Ehrlich (clarinete), Edinaldo Bachega (fagote), Marco César Xavier (trompete), Sílvio José Gontigo (trombone) e Marco Goulart (percussão).

A obra mistura narração, dança, pantomima, teatro e música, e foi baseada em uma história russa sobre temas folclóricos, intencionalmente tola, fantasiosa, em resposta ao caos e miséria provocados pela guerra. Conta a narrativa que um soldado comum teria negociado seu violino com o diabo em troca de um livro que previsse o futuro. Ao invés do soldado estar armado com um rifle, granadas ou bombas, está armado com um violino. Stravisnky, indignado com a morte de milhões de soldados, escreveu esta obra na Suíça, país neutro e calmo durante a primeira guerra mundial. O texto é do novelista suíço Charles-Ferdinand Ramuz e a coreografia original de Anna Sokolow.

Nas segunda parte do programa, Danças sinfônicas de West Side Story, de Leonard Bernstein. Apesar de a idéia ter sido apresentada ao maestro em 1949, ele só a finalizou em 1957, depois de sofrer inúmeras modificações. Incumbiu Stephen Sondheim de escrever os poemas. A sua estréia foi um sucesso tão fantástico que desencadeou cerca de 700 apresentações. É considerado um dos musicais mais bem escritos, obtendo sucesso imediato não só nos Estados Unidos, como na Europa, depois de uma exibição em Londres. É considerado ainda o maior sucesso da música pré-Beatles e um dos mais vendidos da Broadway. A fórmula do sucesso de West Side Story foi a mistura que Bernstein fez entre ópera e balé. O título sugere a rivalidade entre duas gangues de rua, o Jets e os Sharks, apresentados através dos aspectos da dança e líricos nos quais são explorados ritmos latinos e o jazz americano.

Peça mostra cotidiano visto com outros olhos

Quando as máquinas param foi escrita em 1967, mas a crise conjugal de Zé e Nina frente ao desemprego e a uma gravidez inesperada continuam extremamente contemporâneas. Zé está desempregado e não encontra uma saída para sua crise, as contas e as dificuldades; apenas o futebol o distrai. Nina, sua mulher, costura para fora e tenta ajudar o marido de maneira otimista, apontando soluções. A situação vai se complicando até ficar insustentável quando Nina revela estar grávida. A partir daí, está em jogo o futuro da gravidez e do relacionamento dos dois.

Esta é a estréia nacional do primeiro espetáculo da Companhia de Teatro Inflamável, cujo processo de criação já foi premiado no IX Curta Teatro de Sorocaba (2003) e participou da Mostra Novíssimos Diretores, no TUSP (2005). Em cena, além dos atores, apenas uma mesa e uma pilha de jornais. A opção da direção foi de confiar e basear-se no trabalho dos atores, em cena "pobre", para criar a ponte para o imaginário dos espectadores, através de ações físicas que abrem o horizonte para leituras metafóricas.

A disposição cênica em passarela, com o público assistindo à peça dos dois lados da cena, proporciona uma proximidade entre a platéia e o jogo dos atores, fazendo de cada um dos espectadores um convidado, uma visita que se envolve com as relações delicadas do casal. Como é próprio do autor, este texto de Plínio Marcos sintetiza de forma brilhante e intensa a vida de dois personagens que poderíamos encontrar na próxima esquina. Dentre desse universo, vislumbramos uma outra visão do cotidiano.

A Companhia de Teatro Inflamável surgiu em 2003, no âmbito da disciplinação Teatral do Departamento de Artes Cênicas da ECA/USP. Atualmente Diego José Villar dirige Quando as máquinas param, A semente e a ópera L’Orpheo; Fábio Fonseca atua também em A Sombra de Quixote (direção Cacá Carvalho), da Casa Laboratório para as Artes do Teatro; Lumi Abe trabalhou recentemente com Tizuka Yamazaki.

Serviço: Quando as máquinas param no Teatro Odelair Rodrigues (Av. Sete de Setembro, 2434), de 20 a 26 de março. Duração 52 min. Ingressos a 10 (inteira) e 5 (meia). Mais informações pelo telefone (41) 3029-1758.

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