Um telão no interior do Paço da Liberdade Sesc Paraná, no Centro de Curitiba, vai levar ópera ao público da 28.ª Oficina de Música da cidade. As exibições, que já aconteceram no Rio de Janeiro, Manaus, Belém e São Paulo, durante o Festival Ópera na Tela, trazem à capital paranaense, entre os dias 11 e 16 de janeiro, alguns títulos inéditos no País.

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A programação, que foi integrada à Oficina 2010, é composta de adaptações de ópera para o cinema e também de gravações para a TV de grandes espetáculos de ópera, montados em palcos europeus, além de documentários e filmes que abordam o universo operístico.

A ideia é proporcionar aos participantes o contato com a atualidade lírica mundial. “O festival tem como prioridade contribuir para a democratização da ópera, que se transformou, por equívoco, numa arte reservada à elite”, comenta o diretor do festival, Christian Boudier.

O programa foi montado em parceria com o canal cultural franco-alemão Arte, que fez a captação de audiovisuais de óperas e balés recentes. “É uma oportunidade valiosa de assistir a companhias renomadas da Europa”, afirma Nikola Matevski, produtor cultural da área de cinema do Paço da Liberdade.

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Com entrada gratuita, o festival oferece uma ocasião rara ao público, de ser tocado pela magia da ópera – gênero, em sua concepção inicial, dirigido a uma ampla audiência como espetáculo visual e lúdico. É essa tradição popular que se pretende reatar na Oficina de Música.

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Entre os destaques da programação está a sessão dupla que acontece no dia 16, com a exibição das óperas Orfeu e Eurídice e Dido e Aeneas. Ópera de Christoph Willibald Glück, Orfeu e Eurídice, a ser exibida no telão às 20h30, foi transformada nesta versão em ópera-balé.

A coreografia de Pina Bausch mostra como a obra ainda é intrinsecamente contemporânea. A coreógrafa coloca lado a lado, no palco, cantores e bailarinos. Dois Orfeus, duas Eurídices, uma voz que ganha corpo.

A lenda de Orfeu e Eurídice, narrada no livro Geórgica de Virgílio, é um dos grandes clássicos da antiguidade. Orfeu, filho da musa Calíope e do rei de Trácia, tem o dom de encantar os deuses com sua voz.

Quando sua amada Eurídice morre de uma mordida de cobra, os deuses, sensibilizados, aceitam devolvê-la com a condição de que ele não olharia para ela antes de voltar para o mundo dos vivos. Mas ele cede à tentação.

Dido e Aeneas, primeira ópera inglesa, composta por Henry Purcell em um prólogo e três atos, também será exibida dia 16 de janeiro, às 22h. Tendo como cenário uma pensão para moças, conta a história da ligação fatal entre uma mulher imperiosa e autoritária e um homem fraco e covarde.

A Inglaterra da era barroca quase não conheceu o gênero operístico. O grande movimento puritano que acompanhou a revolução de Cromwell teve por consequência, por várias décadas, a dispersão dos músicos ingleses.

Na época da restauração da monarquia, em 1660, a música inglesa estava quase morta por falta de músicos. Purcell então compôs algumas admiráveis “máscaras” (comédias que misturavam canções e balé), mas elas não chegavam a ser propriamente óperas.

Dido e Aeneas é uma exceção na história da música do país e foi encenada apenas quando o autor era vivo. Apesar de ser uma ópera em miniatura, possui enorme riqueza musical e dramática.

Para ver

Os ingressos devem ser, retirados no serviço de atendimento ao consumidor (SAC), por meio de senha. Local: Praça Generoso Marques, 189. Telefone: (41) 3234-4200.