Estréia neste sábado em Curitiba, a ópera O Fantasma de Canterville. O espetáculo, que tem 11 solistas no elenco, conta também com a participação da Orquestra Sinfônica do Paraná e do Balé do Teatro Guaíra.
A peça, produzida por Mirna Seleme e com direção de Denise Sartori, é baseada na obra homônima de Oscar Wilde, escrita em 1887.
?É uma ópera infantil?, resume a solista Diana Daniel, mezzo soprano, que faz o papel de Virginia, uma das personagens principais.
Ela explica que a história é sobre um fantasma – Sir Simon de Canterville, interpretado pelo barítono Renato Ângelo – que habita uma mansão inglesa por três séculos, mas não consegue assustar os novos moradores da casa, uma família norte-americana com um casal e seus quatro filhos.
| Foto: Daniel Derevecki |
 |
| A mezzo soprano Diana interpreta uma das personagens principais. |
O espetáculo, ambientado na mansão, começa com um balé de fantasmas, vestidos em trajes de várias épocas, começando na idade média e indo até o final do século 19. O cenário e os demais figurinos remetem à segunda metade do século 19 – época em que viveu Oscar Wilde.
?A peça é focada na amizade entre Virginia e o fantasma. É divertida, mas tem também seu lado triste?, detalha. Segundo Diana, a peça não tem nenhuma relação com outros musicais inspirados na mesma obra. ?É baseada livremente na história do Oscar Wilde. Nós na verdade nem conhecíamos os outros musicais, fomos descobrir só depois.?
Apesar de jovem – tem 22 anos -, a solista tem um currículo musical extenso. Além de ter feito várias cenas em óperas, este já é o sétimo papel que faz em um espetáculo inteiro.
Para ela, os mais importantes foram o de Hermia, em Sonho de uma noite de verão – apresentado em Boston, nos EUA, onde morou -, o de Zerlina, em Don Giovanni e o de Chip, na peça Chip and his dog, apresentadas no Teatro Guaíra em 2006.
Atualmente, Diana faz mestrado em Ópera na Royal College of Music, em Londres. ?Lá, tenho cantado bastante música clássica contemporânea?, conta. A experiência já não a deixa mais nervosa antes de subir ao palco. ?Estou acostumada?, revela, mas sem esconder a empolgação pela estréia do espetáculo.
Mas o cantor mais jovem do elenco é o barítono Renet Lyon, que tem 16 anos. Apesar da pouca idade, já tem uma carreira artística sólida: foi ator em várias peças de teatro e também no cinema.
Quando morava na Itália – onde nasceu -, Renet ficou em segundo lugar na seleção para o filme A vida é bela, de Roberto Benigni. Não passou apenas porque seu sotaque não era o que o diretor queria para o papel.
O talento de Renet não fica nisso: ele toca bateria, saxofone, violão e piano, dança flamenco e tango, e ainda pratica esgrima. ?Na ópera, faço o papel de um dos gêmeos?, adianta ele, que conta que essa é a primeira vez que participa, cantando, de um espetáculo do gênero.
Além de Renato, Diana e Renet, compõem o elenco de solistas a contralto Cissa Duboc, o baixo-barítono Martinho Klemann, as sopranos Ana Vargas e Duany Parpinelli, os tenores Maico Sant?Anna e Vincenzo Cortese, o baixo Fernando Klemann, e o barítono Thiago Monteiro.
Serviço
Ópera O Fantasma de Canterville. Estréia neste sábado, às 21h, no Grande Auditório do Teatro Guaíra. Ingressos a R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia). No domingo a entrada é franca, através do projeto Teatro Para o Povo.
