Até que ponto a crise econômica espanhola pode afetar a 32.ª Arco Madri – Feira Internacional de Arte Contemporânea, que começa esta semana? Para a galerista Eliana Finkelstein, o evento tem como ponto forte ser porta de entrada para artistas brasileiros em instituições europeias. “A Espanha vale a pena para nós como parte dessa estratégia. É uma feira institucional, que faz reverberar negociações”, diz a proprietária da Galeria Vermelho de São Paulo, que desde 2008, quando participou pela primeira vez da Arco, promoveu vendas para o Museu de Arte Contemporânea de Castilla y León (Musac), da Espanha, para a Fundação Serralves, de Portugal, e para a Tate, de Londres.
A Arco Madri 2013, com abertura para convidados na quarta-feira, 13, contará com estandes de 201 galerias (11 brasileiras) de 27 países. A feira de arte contemporânea espanhola, uma das mais tradicionais do calendário, contabiliza a exibição, até domingo, de obras de mais de 2 mil artistas. Destaca como país convidado da edição a Turquia em sua seção Focus. “Tem bastante gente animada com a Arco”, continua Eliana Finkelstein. “O entorno da Espanha voltou a comprar, como a Inglaterra, Escandinávia e Bélgica”, exemplifica a galerista, que também é presidente Associação Brasileira de Arte Contemporânea (Abact), entidade com 44 galerias brasileiras associadas.
A Abact escolheu a Arco para promover o projeto Incubadora, dedicado a ajudar novas galerias a participarem de uma feira internacional de arte pela primeira vez. Programa “didático”, como diz Mônica Novaes Esmanhotto, gerente da Abact, realizado com apoio financeiro da ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), o Incubadora selecionou, após convocatória, as galerias iniciantes Emma Thomas e Jaqueline Martins, ambas de São Paulo, e a SIM de Curitiba. As escolhidas, entre 12 propostas recebidas pela Abact, tiveram ajuda de custo de 3,3 mil euros cada uma para pagar seus estandes de 50 m² na Arco, orçados em 5,5 mil euros no total (a verba seria em torno de 70% do valor do espaço na feira). Além disso, conta Eliana Finkelstein, as galerias cruas em relação ao mercado internacional, tiveram acompanhamento para questões jurídicas e de exportação. “A Arco foi escolhida porque tem um perfil institucional”, afirma a galerista. A ideia é tornar o programa anual.
As informações são do jornal O Estado de S.Paulo