O grupo Arquivo Temporário, estréia neste sábado, as 23 horas, no Teatro da Fábrika, o espetáculo ?Tem de haver mais?. A peça integra o Festival de Teatro de Curitiba e também comemora os dez anos de existência do grupo.
?Tem de haver mais? é um mergulho nas relações pessoais com um olhar bem humorado. Com direção de Márcio Mehiel, a peça estreou em outubro de 2005 em São Paulo, e vem tendo uma excelente aceitação do público paulista. Para as apresentações durante o festival, não houve alteração no formato do espetáculo, já que várias situações diferentes surpreenderão o público.
Talvez a que chame mais a atenção seja a que, cada pessoa recebe sua cadeira na entrada do teatro, e assiste a apresentação de onde achar melhor.
Segundo o diretor Mehiel, o público participa de forma ativa. ?Pois ao receber a cadeira e escolhendo o local onde vai sentar, o espetáculo passa a ter uma nova configuração a cada apresentação, dependendo da disposição do público no espaço. Como resultado, temos um trabalho simples e dinâmico. Com uma encenação precisa e uma atuação forte e apaixonada?, diz o diretor.
Conforme Márcio Mehiel, outro ponto diferenciado do espetáculo é a ausência de cenário e da sonoplastia. ? Queria que eles tivessem mobilidade, podendo viajar e apresentar a peça em festivais e em projetos culturais. Portanto, não temos cenário, nem trilha sonora?, explica.
Já na parte técnica a surpresa fica por conta da execução da luz. A iluminação foi criada por Miló Martins e a operação é feita pelos próprios atores.
?Tem de haver mais? mostra as aventuras de um grupo de 11 atores que ensaiam um espetáculo em um espaço vazio. Após um desastre de avião, em viagem do grupo à Europa, apenas dois se lembram quem são e o que aconteceu: a morte de todos na queda do avião.
O espetáculo se desenrola em um galpão totalmente vazio, onde o público é convidado a entrar, portando cada um sua cadeira, e a colocá-la onde bem entender.
A linearidade da história é quebrada por erros e interrupções, o que aos poucos vai revelando o que é ensaio, o que é espetáculo e o que é real. Através desse jogo, o público se aproxima do ofício do ator e da intensidade com que se vive o processo teatral em uma metáfora de como vivemos a vida.
O Grupo Arquivo Temporário nasceu da reunião casual de pessoas com idades e experiências de vida muito diferentes, atraídas pela mesma paixão pelo teatro e pelo desejo de aprender a fazê-lo. Os atores já vinham se organizando desde 1994, mas foi em 1996 que o grupo realmente iniciou sua caminhada.
Entre os espetáculos já encenados pelo grupo estão: ?Two?, de Jim Cartright, ?Os Fuzis da Sra. Carrar?, de Brecht, todas sob a direção de Ângela Barros. ?Up and Down?, uma adaptação de Angel City, de Sam Sheppard; ?Hécuba?, de Eurípides, ambas sob a direção de Esther Góes. Os Margaritanos, uma adaptação de contos de Pirandello sob a direção e adaptação de Olair Cohan e Suburbano Coração de Naum Alves de Souza, sob a direção de Marco Antônio Pâmio.
Tem de Haver Mais. Texto e direção de Márcio Mehiel. O elenco é formado pelo grupo paulista Arquivo Temporário. Apresentações sábado (18) às 23 hs e domingo (19) às 19hs. Local: Teatro A Fábrika-Centro Cultural Brasil Espanha (Rua Ubaldino do Amaral, 927). Ingressos: R$15 e R$7.
Serviço
Ingressos antecipados na bilheteria central do festival no Shopping Omar
(Av. Vicente Machado, 285) de Segunda a Sábado: 9h30 às 20h.
Domingos das 14 às 20h Informações: 3016-3400
