Depois das badaladas pré-estréias em Rio e São Paulo, Olga chega à serra gaúcha para levar glamour e celebridades a 32.ª edição do Festival de Cinema de Gramado, que começou ontem e segue até o próximo sábado com poucas estrelas. O longa de Jayme Monjardim, sobre a trajetória da vida de Olga Benário e seu romance com Luís Carlos Prestes, foi exibido fora de competição, mas será, certamente, o filme com maior brilho no festival.
Todos os longas concorrentes este ano são de diretores e com elenco quase desconhecidos do grande público. Algumas exceções são Taís Araújo e Milton Gonçalves, que encabeçam o elenco – na maior parte formado por atores negros – do filme de Joel Zito Araújo, Filhas do Vento (sobre os fantasmas da escravidão e do racismo numa pequena cidade do interior do Brasil).
Outro filme de época entre os concorrentes brasileiros de ficção é O Quinze, de Jurandir Oliveira. O longa se passa em 1915, ano da grande seca que dizimou uma boa parte da população pobre do Estado do Ceará.
O cineasta argentino Javier Torre (de Um Amor de Borges) mostrará em primeira mão no Brasil seu longa Vereda Tropical, uma cinebiografia sobre a história do cineasta argentino Manuel Puig (que viveu no Rio de Janeiro parte de sua vida) e sua relação com a literatura e sua condição homossexual.
Homenagem
Como de costume, o Festival de Gramado vai homenagear vários nomes importantes do cinema nacional. Um deles é o falecido ator Geraldo del Rey, que terá uma placa descerrada no saguão do Palácio dos Festivais. Nascido em Ilhéus, na Bahia, ele foi o protagonista do primeiro longa-metragem gaúcho exibido em Gramado, Um Homem Tem de Ser Morto, de Davide Quintans, em 1974, e tem no currículo clássicos como O Pagador de Promessas (1962), de Anselmo Duarte, e Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), a obra-prima de Glauber Rocha.
O ator Lima Duarte será homenageado na 15.ª edição do tradicional Troféu Oscarito, por seus 30 filmes no currículo. Nascida em Porto Alegre, a cineasta Tizuka Yamasaki vai receber o Troféu Eduardo Abelin, outorgado pela Comissão Executiva do festival a uma personalidade ou entidade que tenha se destacado no desenvolvimento da arte e da indústria cinematográfica brasileira.
Hoje começa a exibição dos filmes das mostras competitivas. No júri das categorias principais (longas brasileiros e latinos) estão o crítico Rubens Ewald Filho, a diretora carioca Betse de Paula, o produtor e roteirista chileno David Mathies, a atriz carioca Maria Lucia Dahl, a atriz, produtora e diretora de teatro gaúcha Márcia do Canto, o diretor amazonense Djalma Limongi e o diretor de arte e cenógrafo paranaense Daniel Marques.
Filmes em competição no 32.º Festival de Gramado
LONGA BRASILEIRO DE FICÇÃO
As Filhas do Vento, de Joel Zito Viana
Vida de Menina, de Helena Solberg
Araguaya, Conspiração do Silêncio, de Ronaldo Duque
Procuradas, de Zeca Pires e José Frazão
LONGA LATINO
Suite Habana, de Fernando Pérez (Cuba)
Whisky, de Juan Pablo Rebella e Pablo Stoll (Uruguai)
O Fascínio, de José Fonseca e Costa (Portugal)
LONGA BRASILEIRO DOCUMENTÁRIO
Mensageiras da Luz – Parteiras da Amazônia, de Evaldo Mocarzel
Soldado de Deus, de Sérgio Sanz
Sobreviventes – Os filhos da Guerra de Canudos, de Paulo Fontenelle
CURTA EM 35MM
Carregar uma Criança, de Bruno Carneiro
Cinco Naipes, de Fabiano de Souza
A Moça que Dançou depois de Morta, de Ítalo Cajueiro
Heliorama, de Ivan Cardoso
A idade do homem, de Afonso Nunes
Felicidade, de Emerson Schmidlin
O Jaqueirão do Zeca, de Denise Moraes e Ricardo Bravo
Capital Circulante, de Ricardo Mehedff
Desequilíbrio, de Francisco Garcia
A Feijoada, de Jaime Lerner
O Lençol Branco, de Juliana Rojas e Marco Dutra
Vovó Vai ao Supermercado, de Valdemir Milani
Messalina, de Cristiane Oliveira