Oficina de Música dá a largada hoje

A partir de hoje a cidade de Curitiba apresenta sua XXV Oficina de Música. Considerada um dos principais eventos musicais do País, nesta versão ela terá 25 dias e apresenta duas novidades em relação a 2006. A primeira é a volta da música antiga (em 2006 foi cortada devido ao orçamento) e a outra é a inclusão do blues, pela primeira vez. Entre hoje e o dia 31 de janeiro, os professores e os aproximadamente 1.500 alunos dividirão seu tempo em estudos e concertos. Já o público, tem a oportunidade de acompanhar espetáculos de alto nível a preços condizentes com o padrão econômico brasileiro.

Dando largada à oficina, o Teatro Guaíra recebe o Concerto de Abertura do evento hoje, a partir das 20h, com a Camerata Antiqua de Curitiba, sob regência de Wagner Polistchuk. Na edição passada, o trio russo St. Petersburg Virtuosen abriu a oficina. Em 2007 eles foram novamente convidados e realizam concerto depois de amanhã, dia 9, no Canal da Música, às 20h30. Todas as apresentações musicais que fazem parte da Oficina de Música têm ingressos custando o valor simbólico de R$ 5 mais um quilo de alimento não perecível, ou R$ 10.

?Até chegar hoje, o clima foi de muita apreensão, mas ocorreu tudo conforme o planejado e mais uma vez teremos uma bela oficina. Além de acompanhar os espetáculos nos teatros, o evento também oferece música em clubes, parques e bares, inclusive alguns alunos terão aulas diretamente em bares??, afirma a diretora-geral da oficina e diretora artística de música erudita e regionais, Janete Andrade.

O inglês Peter Apps mais uma
vez leciona para os oboístas.

No núcleo de blues ocorrem aulas no Hermes Bar, Era Só o Que Faltava, Crossroads Blues Classic e John Bull Pub. Segundo o coordenador artístico da oficina de blues, Carlos Gaertner, essa alternativa chama o público e racionaliza custos, já que esses espaços possuem noites de blues nas respectivas agendas. A oficina abrangeu o estilo devido à proposta feita por Gaertner à Fundação Cultural e a solicitação de alunos.

Segundo o coordenador, a cidade possui público e músicos no gênero. Alguns pela proximidade da MPB, passaram por experiências em festivais e experiências com grupos. ?Existe um clima, os professores convidados são experientes, e, além do ensino, esta é uma oportunidade para os alunos conviverem com esses mestres. Esperamos que aja a troca de informações e também que transcendam a música em busca da experiência prática de vida??, diz. O curso oferece quatro especialidades com aulas teóricas e praticas: baixo, bateria, guitarra e harmônica, além de um circuito de palestras com Gaertner e Chico Blues, dias 25 e 26.

Dividida em três fases, a oficina realiza de 7 a 17 de janeiro as oficinas erudita e antiga. Sob coordenação de Ricardo Kanji, a música antiga é dividida nos núcleos: cordas, sopros, teclado e vocal. Com sua volta nesta edição, a coordenação fez um esforço para obter no quadro de professores nomes nacionais. ?Tentamos nacionalizar o quadro de professores de música antiga, porque há muito tempo não contávamos com um quadro docente de nível elevado. Temos que aproveitá-lo??, justifica. Nomes como o do cravista Nicolau de Figueiredo e do violoncelista barroco Dimos Goudaroulis, grego residente no Brasil, estão presentes.

De 15 a 19 acontece a oficina eletrônica, buscando o mesmo sucesso de 2006 em sua segunda edição, e dia 21 entra em destaque a música popular e o blues. Na música popular os alunos participam de oficinas ao lado de Carlos Malta (flauta e conjunto de sopros) e André Mehmari (piano). No blues, estão confirmados André Christovam (guitarra) e Flavio Guimarães (harmônica).

Orquestra de Câmara

Na oficina de música erudita (2006), alunos praticavam com seus
vistosos contrabaixos.

Corpo estável da Fundação Cultural de Curitiba administrado pelo Instituto Curitiba de Arte e Cultura (Icac), a Camerata Antiqua de Curitiba é constituída por coro e orquestra, com 16 cantores e 16 instrumentistas.

Nos 28 anos de sua existência, gravou 8 LPs e 4 CDs. Seu repertório conta com obras de Bach, G.F. Handel, Haydn, Lobo Mesquita, Purcell Pergolesi, Monteverdi, Orlando de Lassus e Buxtehude.

Desde 2001, a Camerata tem cumprido uma extensa agenda de concertos sob a regência de maestros convidados. No concerto de hoje, regido por Wagner Polistchuk, ela tem como solistas Edna D?Oliveira (soprano) e Paulo Braga (piano).

O programa traz Henrique de Curitiba, Ernst Mahle, Ronaldo Miranda, Edino Krieger e Edmundo Villani-Côrtes. (DST)

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