Obras de Traple abrem nova exposição no MON

O Palácio Iguaçu apresenta ao público, a partir de amanhã, a exposição individual de Estanislau Traple (1898 1958). A mostra foi produzida e organizada pelo Museu Oscar Niemeyer e estará em exibição no grande salão, no hall de entrada do Palácio, de segunda a sexta-feira, em horário comercial, durante dois meses. Entre os mais destacados mestres da pintura no Paraná, Traple teve seu nome consagrado pela profunda dedicação ao desenho e à pintura.

O artista também empregou grande parte de seu talento no ensino artístico. E foi como mestre que transmitiu o seu domínio técnico na representação de figuras, como retratos e nus, seus gêneros prediletos. Outra característica marcante de sua produção foi a intensa exploração dos símbolos da paisagem paranaense e catarinense, onde viveu parte de sua vida.

De acordo com os curadores, a mostra faz uma retrospectiva da produção de Traple, desde o período em que era aluno de Alfredo Andersen. É consenso dos que estudaram sua obra, que entre os discípulos e seguidores de Alfredo Andersen, Traple foi o que mais se moldou ao estilo do mestre. Andersen é considerado o ?pai? da arte paranaense.

A exposição apresenta com ênfase os retratos e os nus, que eram seus gêneros prediletos, além de paisagens, naturezas-mortas e desenhos, nas mais variadas técnicas que utilizou como pintura a óleo e pastel. As obras foram selecionadas entre o acervo particular da família, de colecionadores e do Museu.

A trajetória

Nascido em Curitiba, em 22 de julho de 1893, Traple iniciou seu aprendizado como litógrafo. A litografia é a arte ou o processo de produzir um desenho ou caracteres em placas de zinco, alumínio e outros materiais, para depois reproduzí-los em papel. De família modesta, o artista procurou ainda muito jovem um trabalho compatível com seu talento para o desenho. Pelas hábeis mãos do litógrafo Alemão Pohl, da Impressora Paranaense, Traple aprendeu os primeiros passos da técnica artística. Ele passou a exercer, profissionalmente, a técnica litográfica, na mesma empresa e depois na filial de Joinville (SC).

Atraído pelo prestígio de Alfredo Andersen ele retornou para Curitiba, já aos 18 anos. Traple começou a freqüentar a escola de Andersen em 1916 e a partir daí se engajou ativamente aos movimentos culturais paranaenses e nacionais. Com uma ativa participação em salões de arte conquistou dezenas de premiações.

Em 1948, ajudou a fundar a Escola de Música e Belas Artes do Paraná e foi convidado para dar aulas de pintura e desenho do gesso e do natural, duas das mais importantes disciplinas. Atividade que exerceu até o final da vida. Ele faleceu em Curitiba, em 11 de novembro de 1958. 

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