As 84 obras em exibição nasceram do idealismo de um jovem grupo de artistas alemães de romper com os modelos acadêmicos, a partir de 1884. Na história da arte alemã, o grupo ficou conhecido como “os artistas de Worpswede”, pequeno vilarejo próximo a Bremen, na Alemanha, onde os artistas se “refugiaram” para ter a natureza como mestra e inspiração, deixando para trás o ensinamento formal das faculdades de Belas Artes. Quase uma década depois do início desse movimento, Paula Modersohn Becker chega ao lugar atraída pelo ideal da busca de uma nova pintura.

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Paula Modersohn segue outros caminhos e torna-se a primeira, daquele grupo de artistas, a contribuir definitivamente na construção do modernismo alemão. Os caminhos e os resultados desse movimento histórico para a arte alemã são traduzidos nesta exposição em 65 gravuras e desenhos, assinados por Paula Modersohn e diversos artistas de Worpswede, em 19 fotografias e diversos livros, além de acervo documental como correspondências trocadas entre os artistas, as famílias e os amigos.

O Museu Oscar Niemeyer abre a mostra Paula Modersohn – Becker e os artistas de Worpswede  para jornalistas, convidados e o público em geral, neste sábado (13), às 11h. Durante o evento, o Museu permanecerá com a bilheteria franqueada entre 10h e 12h. A realização da mostra é do Institut für Auslandsbeziehungen e.V. (ifa) e Goethe -Institut Curitiba, com o apoio do Governo do Paraná, em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura, e Caixa. As obras em exposição já foram exibidas em São Paulo e Porto Alegre (RS). Depois de Curitiba seguem para Brasília e para outros países da América do Sul.    

Worpswede

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Fritz Mackensen foi o primeiro a conhecer Worpswede, em 1884, a convite de um amigo. As descrições entusiasmadas do lugar e das pessoas simples acabaram por atrair Otto Moderson e Hans am Ende, no verão de 1889. Os três jovens artistas estavam insatisfeitos com a tradição acadêmica e sua arte alimentada de mitos, histórias e ideais. Fritz Overbeck e Heinrich Vogeler juntaram-se a eles nos verões de 1893 e 1894. Eles buscaram inspiração e aprendizado na pitoresca paisagem de pântanos em torno do pequeno vilarejo de Worpswede, próximo a Bremen, na Alemanha.

Os cinco artistas formaram o grupo de vanguarda que atraiu outros jovens sob o ideal de ter a natureza como mestra. A proposta ganhou fama e repercussão em 1895, na exposição que o grupo realizou coletivamente em Munique. O sucesso os motivou a elaborar, em 1897, a Sociedade de Arte Worpswede. A crescente demanda por quadros imprimiu à sociedade um forte caráter comercial, que culminou, em 1899, com a saída de Otto Modersohn. Queria servir apenas sua arte. Os vínculos das aspirações em comum se romperam e, a partir daí, cada um seguiu o próprio caminho artístico.

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Paula Modersohn

Paula Becker chegou ao lugar em 1898, atraída pela fama da colônia de artistas. Na primeira década do século XX, a localidade tornou-se ponto de encontro de inúmeras personalidades da arte, da literatura e do teatro, como o poeta Rainer M. Rilke, o escritor Carl Hauptmann e o dramaturgo Max Reinhardt.

Com determinação, a artista buscava criar algo em que a “alma” pudesse “se encontrar completamente”. Na virada do século, em 1900, buscou em Paris novas fontes. As pinturas de Cézanne tiveram para ela “o efeito de uma tempestade e de um acontecimento grandioso”. Convenceu os artistas de Worpswede a viajarem para lá em junho. No verão estreitou a amizade com Otto Modersohn e em maio de 1901 se casaram. Várias vezes retornou à Paris, onde, em 1905 descobriu “as cores luminosas e a maneira apaixonada de pintar de van Gogh” e se encantou com Gauguin e Maillol. Em cartas e textos expressou sua necessidade de retornar a cada período para a França, onde encontrou a inspiração para o que procurava: “a essência interior das coisas”.

A arte buscada por Paula Modersohn não foi compreendida nem mesmo por seu marido. Quando morreu, após menos de 10 anos de atividade, em 1907, aos 31 anos, não se sabia que ela havia deixado uma  grande e significativa produção: cerca de 700 pinturas, mais de mil desenhos à mão e 13 trabalhos em água-forte. Em vida não vendeu mais do que cinco obras e seus trabalhos foram expostos apenas duas vezes, mas entrou para a história da arte alemã como a primeira entre aqueles artistas a contribuir definitivamente na construção do modernismo na Alemanha.

Serviço

Paula Modersohn – Becker e os artistas de Worpswede

Visitação: de 13 de dezembro a 15 de fevereiro

Museu Oscar Niemeyer – Rua Marechal Hermes, 999

Aberto de terça a domingo, das 10h às 18h

R$ 4,00 inteira e R$ 2,00 estudantes

Gratuito para grupos agendados da rede pública, do ensino médio e fundamental, para estudantes até 12 anos, maiores de 60 anos e no primeiro domingo de cada mês.