Uma aquarela de 1934 de Bruno Lechowski, pertencente ao acervo da Fundação Cultural de Curitiba, integra a exposição de obras do artista que abre nesta semana em Londres e percorre, até dezembro, as embaixadas brasileiras em Varsóvia, Cracóvia e Berlim. A obra foi doada ao acervo artístico do município pelo projeto Bruno Lechowski, iniciado em 1988 por um grupo de estudiosos do artista.
A mostra itinerante está sendo promovida pelo Museu Oscar Niemeyer em parceria com o Ministério das Relações Exteriores. Ela resulta de uma série de iniciativas destinadas a resgatar a vida e a obra de Lechowski, polonês radicado no Brasil a partir de 1925. O projeto vem sendo desenvolvido pelas historiadoras Christine Vianna Baptista (hoje diretora de Patrimônio Cultural da Fundação Cultural de Curitiba) e Myriam Sbravati, pelo crítico de arte Ennio Marques Ferreira e o artista plástico Luciano Buchmann.
Bruno Lechowski partiu da Polônia em 1924, aos 38 anos, com o objetivo de recolher obras para o acervo que seria o cerne da "Casa Internacional do Artista", em Varsóvia. Ele percorreu diversos países, carregando uma barraca de lona desmontável, que servia como "exposição-portátil" em espaços abertos, parques e praças. Desembarcou no Brasil em dezembro de 1925 e logo veio a Curitiba. Expunha e vendia suas obras na Praça Zacarias. A partir da década de 30 foi viver em São Paulo e no Rio de Janeiro, onde fundou o Núcleo Bernardelli, o ateliê livre da Escola Nacional de Belas Artes. Suas idéias influenciaram toda uma geração de artistas, inclusive Pancetti, que foi seu aluno e discípulo. Lechowski faleceu no Rio de Janeiro, em 1941.