“O Vermelho e o Negro” no Palacete dos Leões

O Palacete dos Leões – Espaço Cultural BRDE abre, no próximo dia 10, a temporada 2009 de exposições com “O Vermelho e o Negro”, do gravurista Loizel Guimarães. Os 18 trabalhos inéditos poderão ser vistos até 06 de março.

As cores preta e vermelha são freqüentes nos trabalhos de Loizel. Ele aprecia o impacto que elas causam. Na Grécia antiga, a cor preta simbolizava a vida, porque o dia nascia da escuridão. É também a cor que representa mistério e fantasia. O vermelho é a cor associada à paixão.

Quem observa o trabalho do gravurista pode utilizar as cores como uma analogia. O vermelho representa a paixão de Loizel pela arte e o preto o seu tema mais recorrente: a vida – o homem, a natureza, o urbano e o rural e as múltiplas relações entre esses elementos.

Nesta exposição poderão ser vistos 18 trabalhos inéditos, dos quais 17 na técnica de xilogravura e apenas um na técnica de lineogravura, produzidos no final de 2008 e início deste ano. A temática é figurativa e aborda as relações da paisagem urbana e rural.

O crítico de arte João Henrique do Amaral descreve os personagens da obra de Loizel como “etéreos” e “de cuentos” (contos). “São personagens recolhidos em cantos da memória do que não existiu, num claro descompasso entre a obra e a realidade. Descompasso que chamamos de magia”, complementa o crítico.

Amaral observa que a gravura tem sido frequente como forma de expressão de artistas paranaenses, desde a metade do século passado. Em Curitiba, várias gerações têm registrado o mesmo interesse pela técnica que, embora trabalhosa, nas palavras do crítico, “é sempre intuitiva, lúdica e poética”. Segundo Amaral, “Loizel treinou o gesto da impressão com precisão, com o conhecimento das possibilidades, limites e o necessário que são a argamassa das obras desta exposição. O artista pratica gravura do devaneio”.

O artista

Loizel Guimarães da Silva é funcionário do Solar do Barão, espaço da Fundação Cultural de Curitiba, desde 1996. Inspirado pelos artistas que frequentavam o ateliê do Solar, ele sempre observava o trabalho dos gravuristas. Um dia foi convidado a participar de uma oficina. Desde então, o artista já comemora mais de três anos de carreira com diversos prêmios, além da realização de várias mostras coletivas e individuais.

Na casa onde mora, em Bocaiúva do Sul, região metropolitana de Curitiba, Loizel montou o ateliê, “onde posso trabalhar sossegado”, diz. Os momentos do cotidiano – família reunida, árvores, animais – cercado por entes míticos, do imaginário do artista vem da busca pelo original. “Gosto de fazer coisas diferentes do que os outros fazem”, resume.

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