Uma imersão no mundo das alfaiatarias: seus personagens, suas histórias e seu ritmo próprio é, em resumo, a proposta do documentário O corte do alfaiate, realizado pelo cineasta, fotógrafo e antropólogo João Castelo Branco, ao lado das antropólogas Valéria Oliveira Santos e Dayana Zdebsky de Cordova.
O filme terá uma pré-estreia hoje, às 20h, na Cinemateca de Curitiba, com entrada franca. Na ocasião, o público poderá conhecer em primeira mão o resultado de uma pesquisa histórica e etnográfica que apresenta o universo de valores expresso no ambiente da alfaiataria e no fazer do alfaiate.
A idéia de realização do documentário surgiu no ano passado após a conclusão do livro Alfaiatarias em Curitiba, realizado pela mesma equipe d’O Corte do Alfaiate.
Naquela oportunidade, os antropólogos perceberam que a riqueza abordada no livro poderia ser levada de forma diferente se eles filmassem aquele universo. “A forma é um agente dentro do projeto. Nós sabíamos que a técnica dos alfaiates foi uma questão que a gente abordou de uma forma diferente no livro e que poderia vir de volta no filme. Assim, há um outro foco também, porque o tipo de mídia utilizada acaba determinando os assuntos”, conta Dayana.
O documentário foi desenvolvido em sete alfaiatarias diferentes de Curitiba. João castelo Branco conta que a intenção é apresentar o que há de mais diverso no universo das alfaiatarias.
“Os alfaiates falam do modo de se vestir, do status da roupa sob medida, com tecido particular… e constatam que não falta trabalho e sim gente para trabalhar. No final não há uma resposta sobre o futuro da alfaiataria, mas a certeza que ainda existe muita vida nesse processo”.