O cantor George Michael, que morreu no domingo, dia 25, aos 53 anos, lançou sua carreira com o grupo Wham! na década de 1980 e depois continuou seu sucesso como artista solo.

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“I’m never gonna dance again, the way I danced with you” (em tradução livre para português, “eu nunca mais vou dançar da forma como dançava com você”). Em 2016, a frase parece saída de algum lambe-lambe mequetrefe colado pelos muros da cidade. Em 1984, a voz de George Michael ao cantar os versos de adeus do seu maior sucesso, “Careless Whisper”, era ouvida por todos os cantos. A canção foi número 1 em 25 países. E seu disco vendeu 6 milhões de cópias.

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George Michael era a representação daquela década de 1980 como poucos – para o bem e para o mal. Das ombreiras ao cavanhaque fino que contornava seu queixo. Daquele blues-eye-soul (gênero criado para denominar cantores que não eram negros) ao pop quase de pista, com “Freedom ’90” ou “Faith”.

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Personificação de uma geração, Michael despontou com o Wham!, duo no qual dividia os holofotes com Andrew Ridgeley. Juntos, venderam 25 milhões de cópias de discos entre 1982 a 1986.

Durante esse período com o Wham!, o cantor inglês testou seu terreno. “Careless Whisper” foi um tiro certeiro. A introdução do saxofone de Steve Gregory é, até hoje, ouvida pelas rádios FM. Havia achado uma mina de ouro.

Em 1986, Michael decidiu seguir carreira solo, não sem antes entregar mais um sucesso ao lado do parceiro. Com a música “The Edge of Heaven”, eles figuraram mais uma vez no topo da lista das mais executadas no Reino Unido.

Como artista solo, conquistou mais prêmios, como dois Grammys e três Brit Awards, e discos de ouro pelos números assustadores de vendagem. Sozinho, debutou com “Faith”, de 1987. Na capa, a barba por fazer e a jaqueta de couro, em voga até hoje. O primeiro single foi “I Want Your Sex”, faixa rejeitada por muitas rádios pelo conteúdo dos seus versos.

Ao longo da década seguinte, ele entregou mais um bom número de sucessos. O álbum seguinte, “Listen Without Prejudice”, lançado em 1990, partia para uma sonoridade séria, com canções por vezes mais engajadas. É desse disco o hit “Freedom ’90”, por exemplo.

Aos poucos, Michael passou o bastão para cantores recém-chegados, com seus jeitos de galã e canções criadas para grudar nos ouvidos dos ouvintes. Sua discografia não foi extensa. Lançou ainda “Older” (1996), “Songs from the Last Century” (1999) e “Patience” (2004). O último trabalho foi “Symphonica”, um álbum ao vivo, de 2014.

Problemas

Em 1998, George Michael foi preso por atentado ao pudor dentro de um banheiro público de um parque de Beverly Hills (EUA). Em 2008, teve sua carteira de habilitação suspensa por dirigir sob efeito de drogas. Em 2010 foi condenado a oito semanas de prisão, após causar acidente estando sob efeito de drogas. Em 2015 foi internado numa clínica na Suíça por causa da sua dependência de maconha. Na época, o cantor confessou fumar até 25 cigarros da droga por dia.

Morte

George Michael, que nasceu Georgios Kyriacos Panayiotou, em 25 de junho de 1963, no norte de Londres, vendeu mais de 100 milhões de álbuns ao longo de uma carreira que se estendeu por quase quatro décadas.

Em uma declaração após sua morte, um representante da família do cantor disse neste domingo: “É com grande tristeza que podemos confirmar que o nosso amado filho, irmão e amigo George morreu em paz em casa durante o período de Natal. A família pede que sua privacidade seja respeitada nesse momento difícil e emotivo. Não haverá mais comentários nesse período.”

Sites afirmam que o cantor morreu de insuficiência cardíaca, mas ainda não há informações oficiais sobre o que causou a morte do astro do pop. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.