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O cantor apresenta um trabalho global.

Não é de hoje que Lenine anda fazendo jus ao nome que recebeu de seus pais, promovendo pequenas revoluções musicais a cada lançamento. Na hora de lançar seu primeiro disco ao vivo e primeiro DVD não podia ser diferente. A gravação de Vivo aconteceu na França, que ele chama de uma segunda pátria tal a intimidade com o público francês, ao lado de apenas dois músicos, o percussionista argentino Ramiro Musotto e a baixista Yusa, da ”ultranovíssima trova cubana”, como ele diz. No repertório entraram sete inéditas compostas com velhos parceiros como Ivan Santos, Carlos Rennó e Bráulio Tavares.

O CD contém 12 músicas, o DVD o show inteiro, com 20 canções. Quem levar o DVD para casa terá um registro que não se repetirá, já que Yusa, renomada cantora, pianista, maestrina e violonista cubana, tem sua carreira e não está disponível para uma temporada. Ramiro Musotto, há muito radicado no Brasil, já tocou com Lulu Santos, Kid Abelha, Margaret Menezes, Daniela Mercury e lançou este ano o disco solo Sudaka, determinante para que Lenine o convidasse. "Pensei no trovador por uma questão histórica de reconhecer no meu DNA aquela coisa documentada, pelo menos no mundo ocidental, do primeiro cronista da tradição popular, os provençais, a coisa da redondilha maior que rege a música brasileira e do mundo", disse o cantor.

Quebre, requebre e celebre

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A gravação aconteceu na Cité de la Musique, em Paris, uma sala de música clássica que todo ano convida um artista popular de alguma parte do mundo para fazer um show no projeto Carta Branca (Carte Blanche), com liberdade total para o músico. Lenine poderia pedir uma orquestra de aborígenes da Austrália se quisesse.

O conceito é semi-acústico com ressalvas: seu violão estava envenenado por um set de efeitos que a mixagem final não deixou evidente, está tudo lá de maneira discreta, e o poderoso baixo de Yusa também está plugado. Quem andou sentindo falta de grandes canções nos lançamentos deste ano vai fazer a festa aqui. Lenine queria que as canções novas refletissem o momento, disse isso a seus parceiros e recebeu de volta letras estimulantes como a de Do it.

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Lenine diz que Vivo celebra "o único e o efêmero com toques bem autobiográficos". Na verdade um retrato incômodo da condição humana, em parceria com Rennó. "Precário, provisório, perecível/ Falível, transitório, transitivo/ Efêmero, fugaz e passageiro/ Eis aqui um vivo".