Inovador, desafiador, energético e instigante. Esses são apenas alguns dos predicados que podem ser utilizados para descrever o performático Blue Man Group.

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Se você não associou o nome à imagem, eles são os atuais garotos-propaganda da empresa de telefonia Tim, que os trouxe para uma série de apresentações em São Paulo e no Rio de Janeiro. A turnê brasileira encerra hoje, na capital carioca.

Originário da cidade de Nova York, nos Estados Unidos, no final da década de 80, o show do trio demanda uma energia tão intensa que, após o término do show, a gente sai com um misto de catarse com estupefação, tamanho o poderio de sua performance. Para efeitos de comparação, o Blue Man Group é para a música o que o Cirque du Soleil é para o teatro/circo.

Pouco antes da apoteótica apresentação na casa Citibank Hall, o diretor criativo e eventualmente um dos blue man, Brian Scott, que está no grupo há 13 anos, conta que a turnê Megastar world tour já foi visto por mais de 15 milhões de pessoas em quase 20 países e que o Brasil é o único local em que eles repetiram o mesmo show (eles vieram a primeira vez em 2007).

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Com muita boa vontade, Scott revela um pouco da história do grupo, que iniciou nas ruas e hoje possui oito shows fixos nas cidades de Nova York, Lãs Vegas, Orlando, Boston (todas nos Estados Unidos), Berlim (Alemanha) e Tóquio (Japão). Ele fala ainda sobre o que são os blue man.

“Eles são como qualquer outra pessoa, com a diferença que estão pintados de azul. Eles são curiosos e não se comunicam verbalmente com a plateia. Entretanto, eles falam com o público por meio da música e pela expressão facial. Sempre dá certo”, diverte-se.

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O diretor conta ainda o porquê deles usaram a cor azul. “Experimentamos diversas cores, mas nenhuma funcionou tão bem como o azul. Acreditamos que ela expressa melhor as emoções. Outras cores, como o verde e vermelho, ficam associados, respectivamente, a marcianos e ao diabo. Não encontramos nenhuma associação imediata ao azul e estamos aí até hoje”, explica.

Show

Antes de realizar todo o espetáculo, o Blue Man Group apresentou uma pequena prévia do que estava por vir para os jornalistas presentes no evento. O comentário geral foi o de que o show prometia ser um sucesso.

Às 21h50, com um pequeno atraso, o espetáculo inicia. Como fora previsto, o público recebe o Blue Man Group, acompanhados de uma banda afinadíssima, de forma bem calorosa.

Utilizando muita percussão e instrumentos pouco usuais, a base de tubos de PVC, os norte-americanos logo de cara conquistam a plateia. O espetáculo conta a história, de forma muito bem humorada, como se tornar uma estrela do rock and roll. Interessante notar que eles quebram a quarta parede (parede imaginária situada na frente do palco do teatro, através da qual a plateia assiste passiva à ação do mundo encenado) na parte em que o show se concentra mais na atuação.

A interação com os espectadores é total e isso torna a apresentação ainda mais interessante, principalmente quando pedem que todos repitam os movimentos que aparecem em um telão e para erguerem os telefones celulares e balança-los com a mão.

Caprichando também nos efeitos visuais para chamar a atenção do público, a apresentação utiliza uma variedade impressionante de luzes e parafernálias para arrancar gargalhadas da plateia, como, por exemplo, no momento em que eles colocam um aparelho de televisão em suas cabeças e em roupas com luzes especiais.

Entre os números musicais, em um determinado momento o Blue Man Group começa a tocar um trecho da música Detalhes, do Roberto Carlos. De acordo com Scott, eles sempre realizam uma pesquisa nos países onde se apresentação e confessou que ficou impressionado pela música e p,elo o que representa o cantor na música brasileira.

Sobrou tempo ainda para tocar um pedaço da canção Pra frente Brasil, da Copa do Mundo de 1970. Há ainda momentos em que os músicos que acompanham o Blue Man Group cantam algumas músicas, com destaque para I feel love, de Donna Summer.

Porém, por mais linhas que possam ser escritas, nada substitui o fato de ve-los ao vivo em ação. Quem tiver a oportunidade de assistir a uma apresentação, seja no Brasil ou fora dele, não pode deixar essa oportunidade escapar. A experiência será tremendamente excepcional. O repórter viajou ao Rio de Janeiro a convite do evento.