O espetáculo teatral O santo, em cartaz no Teatro Edson Bueno, com direção do próprio Edson, e realizado pela Serafim Cia. Teatral, vem provocando polêmica e discussões como as do Vaticano liberar documentos que restringem comportamentos de pessoas em relação à homossexualidade, é de grande valia que seus dogmas também sejam questionados. Já vão longe os dias em que as pessoas confiavam na infalibilidade papal.
Sendo estrelada pela atriz transexual Maitê Schneider e os atores Fernando Cardoso (A possuída, As panteras) e Léo Lever, dirigidos por Edson Bueno, que os coloca no palco de forma visceral, sem pudor, mostrando verdades por inteiro e não meias como costumamos viver em nosso cotidiano. Ludmilla (Maitê Schneider), uma prostituta personagem de um romance que o escritor Ulisses (Fernando Cardoso) está prestes a terminar. Assim como a peça, o romance envolve desejo, sadomasoquismo e a intimidade sexual. Acontece que ?o santo? (Léo Lever), que é fruto dos pensamentos de Ludmilla, não é tão santo assim e passa a influenciar na vida dos dois personagens.
Abordando alguns fatores de forma até lúdica, o que ainda sobreviveu como obscuro na cristandade ocidental, a relação homem versus divindade. Acreditar em algo superior é a essência da vida, no entanto em lugar algum está escrito que devemos ver Jesus Cristo como alguém disse ser, pois só um foi lá, viu e voltou, mas não me lembro de ter lido se Ele disse como era…. então não existe problema em imaginar um santo que olha, que deseja, que caminha pelas ruas sem ser notado, afinal, antes de ser santificado, ele foi humano e se foi humano viveu os mesmos dramas e alegrias presentes no nosso dia-a-dia.
A peça retrata bem o que todos escondem a sete chaves, a mente humana é uma máquina que ainda não foi toda mapeada, e certamente muito, ou quase tudo, que é encenado se passa na mente, até nas mais carolas.
Serviço
O santo – Teatro Edson Bueno até 17 de dezembro – sextas e sábados às 0h.
Ingressos: R$ 14,00 e R$ 7,00 (estudantes, bônus, idosos e classe artística).
