O romance das letras

Letras, quando se encontram, é uma história de amor entre vogais e consoantes. Pois que esse romance é agora contado pelo escritor Deonísio da Silva e pelo jornalista Luiz Costa Pereira Júnior, que nesta quinta-feira faz lançamento de livro em São Paulo.

O livro Com a Língua de Fora (Editora Angra), que o jornalista estará lançando na Livraria Cultura, de São Paulo, aborda a história do palavrão. O autor observa que a língua é depositária de experiências remotas, tão banalizadas pelo uso cotidiano que perdemos suas motivações originais pelo caminho.

Conhecer a história de uma palavra é, por isso, desvendar um pedaço de uma cultura, da chacota aos insights geniais, dos traços patriarcais à ênfase no papel de homens e mulheres na sociedade. A etimologia do obsceno e do insulto pode dizer algo sobre quem somos.

A palavra sexo, por exemplo, denominava o órgão feminino até o século XVIII. “Muitas palavras insuspeitas escondem segredos de alcova”, pondera Pereira Júnior. O livro, enfim, traz à cena a linguagem obscena recuando às origens das palavras até elas nos revelarem seu sentido originário. E faz lembrar Nelson Rodrigues quando dizia: “O palavrão também é filho de Deus”.

Intimidade

O romancista e doutor em Letras Deonísio da Silva coloca o romance das letras em verbetes no livro A vida Íntima das Palavras – Origens e Curiosidade da Língua Portuguesa (Editora Arx, 496 páginas). É um rico compêndio que revela, da parte do autor, a paixão pelo objeto estudado. São mais de mil vocábulos com as devidas explicações, como faz – com sua irreverência peculiar – semanalmente na revista Caras.

O tom irreverente, tomando por exemplo a mesma palavra sexo, confere à leitura momentos prazerosos, além do próprio prazer da curiosidade saciada quando se desnuda em dicionário. Enfim, Deonísio lembra, quando escreve o verbete sexualidade, que “durante séculos a humanidade foi dividida em dois sexos apenas, o masculino e o feminino”. Depois, com a repressão católica ao homossexualismo “foi proposta ao gênero humano a metade do divertimento pelo dobro da despesa”.

De teses e dissertações

Orientadores de tese parecem que sofrem tanto quanto os pesquisadores, pois tantas são as teorias e respeito. em socorro dessas duas categorias surge o livro A Bússula do Escrever, em lançamento pela Cortez Editora e Universidade Federal de Santa Catarina. Os autores, entre eles os organizadores editoriais Ana Maria Netto Machado e Lucídio Bianchietti, atuam como orientadores de mestrandos e doutorandos.

Segundo os professores, a coletânea de textos do livro mobiliza e expõe um leque de situações – de angustiantes e hilárias – presentes no processo de orientar/escrever, aspecto central do trabalho daqueles que estão envolvidos com a pesquisa.

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