O prazer do caminho inverso

Muitos apresentadores de canais por assinatura não hesitam em fazer as malas ao primeiro aceno de uma tevê aberta. O canto das sereias nesse caso costuma ser uma maior audiência, um salário melhor e mais popularidade. Há dois anos, Lorena Calábria fez o caminho inverso – e não se arrependeu. No Multishow, a jornalista – com passagem pela Manchete, Globo, MTV e SBT – está à frente de dois programas semanais. “Bate-papo Digital”, em que conversa com artistas e aborda produções culturais, e “Ensaio Geral”, voltado especificamente para a MPB. “Os programas cresceram e ganharam prestígio no meio cultural. Nem esperava obter tanta repercussão numa emissora por assinatura”, comemora.

Lorena fechou contrato com o Multishow após apresentar, durante sete anos, o programa “Metrópolis”, transmitido pela TV Cultura e Rede Brasil. Com o “Bate-papo Digital” – que vai ao ar às 23:15 h das segundas, mas começa uma hora antes no site do canal -, a jornalista entrevista artistas, como Renata Sorrah, José Wilker, Antônio Fagundes e Denise Fraga. Já na lista musical do “Ensaio Aberto” – exibido às 22:15 h das quartas e também reprisado ao longo da semana – figuram artistas como Caetano Veloso, Tom Zé e Nando Reis. “Trabalho com autonomia para criar e sem a pressão do Ibope. Como jornalista, estou mais espontânea e, como profissional, mais realizada”, revela.

Nome: Lorena Cardoso Calábria.

Nascimento: Em 21 de junho de 1964, no Rio de Janeiro.

Primeiro trabalho na tevê: Roteirista do “Som Maior”, em 1985, na Manchete.

Momento marcante na carreira: “O tempo que passei no `Metrópolis'”.

Entrevista inesquecível: “A que fiz com Tom Zé. Uma entrevista com ele é sempre inesquecível”.

Quem deseja entrevistar: Roberto Carlos.

A que você gosta de assistir na tevê: “Gosto de ficar `zapeando’, mas me pego sempre vendo filmes e `sitcons'”.

A que você nunca assistiria: “A programas sensacionalistas”.

O que você gostaria que fosse reprisado: “Os antigos shows e festivais de música”.

O que falta na tevê: “Uma preocupação maior com a qualidade e menor com a audiência”.

Melhor programa de entrevistas: “Larry King Live”, na CNN Internacional. “Ele tem um profundo respeito pelas pessoas que entrevista”.

Música predileta: “Mas Que Nada”, de Jorge Ben Jor.

Livro de cabeceira: “O Grande Gatsby”, de F. Scott Fitzgerald.

Filme que marcou: “O Crepúsculo dos Deuses”, de Billy Wilder.

Um vexame: Esquecer o nome das pessoas. “Não me perdôo quando isso acontece. É horrível!”.

Projeto para o futuro: “Continuar fazendo exatamente os programa que faço no Multishow”

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