O novo álbum da internacional Bebel Gilberto

Com mais de 2,5 milhões de CDs vendidos no exterior, a cantora Bebel Gilberto almeja expandir o sucesso lá fora também para a terra da bossa. Para isso, a cantora, que lançou seu novo álbum All in one, na última semana, pretende expor o seu trabalho em uma turnê pelo País, prevista para março do próximo ano. Até lá, resta aos bons amantes do pop curtir o som de Bebel à distância.

O novo álbum marca a estréia de Bebel na Verve, a mesma gravadora que em 1963 gravou e disseminou a bossa nova de seu pai, João Gilberto, pelo mundo e também produziu o histórico álbum Getz/Gilberto.

All in one, que teve o lançamento mundial no dia 29 de setembro e sai no Brasil pela Universal Music, é o menos eletrônico entre os quatro discos elaborados por Bebel desde 2000. No entanto, a cantora, que reside há 20 anos em Nova York, não abre mão de sua personalidade.

Demonstrando uma simpatia peculiar – qualidade que é conferida a poucos que atingem o sucesso – Bebel conta que o novo álbum reflete um momento de felicidade, pelo qual ela atravessa. Para ela, produzir All in one, foi uma verdadeira aventura.

“É um momento de felicidade, que mostra o sucesso do nosso casamento com a gravadora. Conseguimos selecionar as músicas que eu queria. Tudo contribuiu para que pudéssemos fazer um trabalho legal”, diz.

Bebel revela que o novo trabalho mostra “um lado mais pop”, que antes não havia sido externado nos álbuns antecessores, cujas músicas serviram de ilustração para conhecidas séries de TV e filmes hollywoodianos.

Entre os filmes em que as músicas musicas da cantora foram incluídas estão Próxima parada wonderland, Bubble – uma nova experiência e Closer – perto demais. O som de Bebel Gilberto também embalou as cenas as séries americanas Sex and the city, A sete palmos (Six feet under) e Estética (Nip/Tuck).

No CD, Bebel interpreta parte das músicas em português e parte em inglês. Entre as composições estão obras de expoentes da pop music internacional. Entre elas, Sun is shining de 1978, do rei do reggae Bob Marley.

Bebel também reproduz o sucesso Chica chica boom chic, de 1941, de Carmem Miranda, numa parceria com o músico Carlinhos Brown, que também produziu outras duas canções. Quanto à influência de João Gilberto, Bebel conta que a influência da música do pai acaba trazendo uma luz, um direcionamento para o seu trabalho.

A diversidade sonora pode ser colocada como um dos diferenciais do álbum, que começou a ser gravado no Geejam Studio, em Port Antonio, na Jamaica, e terminou no estúdio da Verne, em Nova York. A exemplo, foram gravados tambores amazônicos, em Belém (PA).

Durante a produção de All in one, a cantora contou com os trabalhos de um time de primeira linha da pop music. Entre os músicos, estão o tecladista da banda nova-iorquina Brazilian Girls, Didi Gutman, o brasileiro-californiano Mario Caldato e John King (um dos Dust Brothers). O álbum também conta com a participação de Daniel Jobim (neto de Tom), que co-produziu e tocou piano em Bim bom.

Outro destaque é a faixa The real thing (1977), de Stevie Wonder, produzida por Mark Ronson (que já produziu para Amy Winehouse, Lily Allen, Kaiser Chiefs, Robbie Williams) e Tom Brenneck.

O know-how da produção de All in one, deixa Bebel ansiosa pela sua aceitação no Brasil. “O fato de eu estar aqui demonstra que eu estou querendo abrir o mercado no Brasil. Resta ao público também abraçar esse trabalho”, diz. A cantora revela um desejo de conhecer o Nordeste do País, e adianta que a região Sul também deve ser incluída na turnê.

“Eu queria ir para muito mais lugares do que nós iremos durante os shows. Estamos negociando com produtoras e Curitiba pode ser uma das cidades que serão incluídas”, afirma.

Apesar de pouco conhecida no Bra,sil, Bebel Gilberto já acumula décadas de estrada. Em 1986, o mini LP Bebel Gilberto, passou despercebido, apesar de incluir os futuros hits Preciso dizer que te amo e Mais feliz, ambas de Bebel em parceria com Cazuza e Dé Palmeira.

O trabalho de Bebel ganhou notoriedade a partir de 2000, com Tanto tempo, bancado por um selo independente belga, Crammed. O álbum ganhou o mundo com uma bossa bem brasileira, cantada em voz doce como a de uma Nara, mas toda povoada de ambiências e referências eletrônicas e modernas.

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