O cartunista Marcos Vaz, 32 anos, quer entrar de vez no mercado nacional e, quem sabe, até conseguir um lugar ao sol no concorrido cenário internacional. Criador de personagens como o Umuaraminha, Curitibinha, Paranazinho e Brasilzinho, o cartunista está partindo para uma experiência inédita: trabalhar com uma editora de São Paulo, que levará suas histórias em quadrinhos para todo o País.
Marcos faz segredo sobre o projeto, mas adianta que não descarta a possibilidade de se mudar de vez para São Paulo, pólo do mercado editorial. “Gosto de Curitiba e se pudesse continuaria morando aqui. Mas chegou um ponto que em Curitiba não vai mais”, conta ele, que está de malas prontas para acertar o contrato com a editora.
Contabilizando quinze anos de carreira, o cartunista diz que já criou mais de cem personagens ao longo desse período. Sua principal influência foi Maurício de Sousa, criador da Turma da Mônica. “Aprendi a ler com os gibis da Mônica, antes mesmo de ir para a escola”, lembra. Ele explica que as histórias em quadrinhos começaram como uma brincadeira, mas aos poucos foram se profissionalizando.
“A maior dificuldade foi romper o marasmo cultural, ainda em Umuarama. Logo depois que criei o índio Umuaraminha, que se tornou símbolo da cidade, fui chamado para fazer uma cartilha da Justiça, que teve tiragem de 2 milhões de exemplares. Vim então para Curitiba e começaram a surgir projetos, como o Curitiba e o Paranazinho”, relata.
Sobre o mercado de trabalho, o cartunista lembra que é “extremamente difícil”. Exemplo disso é que a maioria dos cartunistas acaba sobrevivendo da publicidade ou design. “Digo sempre que é como trilhar um caminho de pedras. Tive a sorte de fazer projetos que ainda não existiam e que ninguém havia pensado”, afirma.