Cinema

‘O Mistério da Felicidade’ estreia nas telonas em novembro

Daniel Burman veio para o tapete vermelho de seu longa O Mistério da Felicidade, na segunda-feira (29) à noite. O autor argentino comemora a maior bilheteria – de seus dez filmes – no próprio país, 600 mil espectadores. Trouxe sua estrela, Ines Estévez. Há oito anos, ela desistira da carreira. Quando Burman contou aos amigos que escrevia um filme para Ines, ouviu palavras desencorajadoras. “Ela desistiu do cinema, nem vai falar com você.” Mas Ines não só atendeu o telefone como aceitou o convite para um café – e o papel.

Um dos mais importantes diretores do novo cinema argentino, com obras como Abraço Partido, As Leis de Família e Ninho Vazio no currículo, Burman assina aqui seu filme mais leve e, aparentemente, descomprometido. Guillermo Francella, o anão de Coração de Leão, faz o protagonista, que sempre dividiu tudo com o sócio. Um dia, o cara desaparece e o mundo organizado de Salvador – é o nome do personagem – desintegra-se. Com a mulher de Eugenio (o sócio), e ela é Laura, tenta descobrir o que houve. Eugenio cansou, partiu em busca de uma felicidade mítica – no Brasil. No processo de busca, Salvador se envolve com Laura.

Tem sido uma já longa história de amor de Daniel Burman com o Brasil. “A primeira vez que vim ao Rio foi para mostrar As Leis de Família. As legendas eletrônicas não funcionaram, era uma época em que eu me irritava com facilidade. Jurei nunca mais voltar, mas continuo vindo e gosto cada vez mais do Rio, e do festival.” Desenvolveu vínculos, parcerias. Walkiria Barbosa, uma das diretoras do Festival do Rio, coproduz O Mistério da Felicidade, por meio da Total Entertainment. “Queria discutir algo que me parece importante. Temos a tendência a tentar enquadrar os vínculos emocionais, como quaisquer outros, em contratos fechados. A gente pensa que é eterno, mas não é. O desaparecimento de Eugenio subverte a vida de Salvador, abre um mundo de surpresas. Não é um filme sobre a felicidade absoluta, que eu nem sei o que é. É sobre uma ideia de felicidade possível.”

Na vida pessoal, ele admite que o fato de haver-se tornado pai, há dois anos, mudou sua vida. Ele sente que seus horizontes se alargaram, que até remoçou. Diante da tela branca, e enquadrado pelas diretoras do festival, Ilda Santiago e

Walkiria Barbosa, ele refletiu. “Nossa vida é uma tragédia. Todos morremos no final. Sinto como uma responsabilidade que nossa função, de artistas, é preencher esse vazio (da tela) com um pouco de esperança.” O filme é muito falado. Burman escreve o roteiro na embocadura dos atores. “É o que me deixa mais feliz. Escrever pensando nos atores, entregar-lhes o texto que vão encher de vida.”

Por falar em texto – palavras – o longa Solness, o Construtor, de Jonathan Demme, é belíssimo. Adaptado da obra de Henryk Ibsen e dedicado a Louis Malle, passa a ser um novo marco da relação teatro/cinema, com importantes contribuições dos atores Andre Gregory e Wallace Shawn (de Tio Vânia em Nova York). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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