Interessados em investigar o medo, a vulnerabilidade e a insegurança – sentimentos relacionados ao mundo contemporâneo – o Núcleo Artérias chega a Curitiba para apresentar o espetáculo de dança contemporânea “Fronteiras Móveis”, o segundo da “Trilogia Líquida”. As apresentações acontecem no sábado (1) e domingo (2) no Teatro José Maria Santos.
A obra do pensador polonês Zygmunt Bauman, “Medo Líquido”, foi o ponto de partida para a investigação que culminou na trilogia. A ideia é perceber como a fluidez das novas configurações sociais afetam as relações humanas. O primeiro da série, “Ruído 5.1”, observa a expansão do consumismo.
O trabalho que está em cartaz agora, o foco está no medo e na insegurança. O próximo, que estreia em 2012, reflete sobre como as pessoas são quase transformadas em mercadoria. “É quase um manifesto contra o consumismo desenfreado”, explica a diretora do grupo paulista, Adriana Grechi.
Edson Kumasak/ Divulgação |
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Espetáculo de dança contemporânea tem direção de Adriana Grechi. |
No palco, a vulnerabilidade aparece a partir de dispositivos que geram oposições e tensões. “Criamos jogos para desestabilizar os corpos das bailarinas”, conta a diretora. Câmeras instaladas no palco também interferem nos jogos, com imagens captadas e projetadas em tempo real em duas telas. Estas imagens vigiam e expandem o espaço da cena criando ao mesmo tempo novos problemas e desestabilizações. “O jogo cria tensão e atenção. Um estado de insegurança. Mesmo com um roteiro fixo, tem muita improvisação”, ressalta Adriana. local em que é apresentado.
Nos processos de criação todos os integrantes participam de reflexões coletivas e colaboram com depoimentos pessoais sobre questões referentes ao corpo e suas tentativas de adaptação e resistência ao “mundo líquido”, criando uma base comum para cada trabalho.
Serviço:
Fronteiras Móveis.
Sábado (1) e domingo (2), às 20h.
Teatro José Maria Santos.
Rua Treze de Maio, 655 – Centro.
Ingressos R$ 10,00 e R$ 20,00.