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O material inesgotável de um especialista em arquivos

O incrível material encontrado por Marcelo Fróes nos armários de João Donato deve render mais projetos, segundo o próprio responsável pelo Selo Discobertas. “De João Donato, por mim, esse é apenas o primeiro box”, diz ele. “Pretendo agora fazer um com shows dos anos 1980.”

Um fuçador profissional, o produtor adianta novidades de seu Selo Discobertas. Jards Macalé deve ser o próximo. “Fechei um box com Macalé antes de ele viajar, no fim de janeiro. Serão quatro CDs ao vivo, gravados nos anos 1970 e 1980.”

Fróes começa a chegar a uma conclusão surpreendente para quem não é do ramo. As fitas cassete têm um valor e uma durabilidade muito superior ao que diz a cultura que se criou sobre ela, nos anos 1980, quando os CDs começaram a chegar. “Nunca tivemos bons aparelhos para tocar fitas cassete no Brasil. Era sempre um Gradiente ou um CCE daqueles, sem qualidade alguma. Ouvindo agora em aparelhos importados, vejo o quanto elas têm qualidade.” Fróes conta que, em 2003, ele insistiu muito para que a gravadora EMI lançasse uma gravação de Renato Russo encontrada em uma fita cassete. Boomerang Blues. A música saiu recentemente, como tema da novela O Outro Lado do Paraíso.

Outros projetos do produtor são um disco com Quarteto em Cy e um outro ao vivo gravado pelo roqueiro Jerry Adriani, morto no ano passado. Aliás, é Fróes quem já estava fazendo a biografia de Jerry antes de o cantor adoecer e ser internado, no ano passado. E há mais: “Estou esperando a chance para ouvir umas coisas muito bacanas com o senhor Erasmo Carlos”.

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