Foto: Chuniti Kawamura/O Estado

Zé Wilker e Raoni Seixas em entrevista coletiva.

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Com estréia prevista para 7 de setembro, o 16.º longa-metragem de Cacá Diegues e o 5.º filme da dupla Cacá e José Wilker, O maior amor do mundo, é, segundo a definição de seu realizador, um road movie pelas ruas do Rio de Janeiro e através do coração de seu protagonista, Antônio, interpretado por Wilker.

A princípio, O maior amor do mundo pode parecer um filme de produção simples. Afinal, trata-se de uma história com apenas um protagonista, rodada em uma única cidade e seus arredores. Pode não ter exigido a construção de uma favela cenográfica, como Orfeu (1999), ou ter sido rodada em vários estados, como Deus é brasileiro (2002), mas a produção revelou-se a mais complexa do cinema recente de Cacá Diegues. ?Nós quisemos transformar esse filme em uma experiência de extrema paixão, de afeto e mostrar sentimentos?, disse José Wilker em entrevista coletiva realizada ontem em Curitiba. O filme conta a história de Antônio, um famoso astrofísico brasileiro e professor em uma universidade americana, que recebe a notícia de que é vítima de uma doença fatal, pouco antes de retornar ao Brasil para receber uma homenagem do governo. No Rio, ele descobre a verdadeira identidade de seus pais biológicos e a surpreendente história de amor entre eles, em uma jornada pessoal que o leva de volta ao passado e o transporta da rica Zona Sul carioca à Baixada Fluminense, na periferia da cidade. ?Eu me sinto um ator mais rico e mais maduro depois dessa experiência. O Antônio me obrigou a visitar determinados lados do meu temperamento e experiências de vida com bastante intensidade. Poder me meter nesses pedaços do meu coração que eu não vou com muita freqüência, realmente transforma?, disse Wilker, que para compor o personagem pesquisou informações com o médico Dráuzio Varela e o astrofísico Marcelo Gleiser. ?Além da pesquisa, a composição do personagem veio a partir do contato com a realidade do Brasil, e em particular com as comunidades carentes do Rio?, acrescenta. Além de Wilker, o filme conta ainda com Taís Araújo, Débora Hevelyn, Marco Ricca e muitos outros atores de peso do cinema nacional. E falando em cinema nacional, José Wilker comentou o assunto. ?O cinema produzido no Brasil evoluiu muito em comparação a 20 anos atrás. Antigamente só se faziam filmes com uma mesma história. Hoje, o Brasil faz cinema de qualidade, produz filmes bem diversificados e para vários públicos específicos?, explica ele, que confessa ser um apaixonado incurável pela sétima arte e um otimista em relação ao futuro do cinema brasileiro. ?A única coisa que falta evoluir nessa área é a mentalidade das pessoas em relação aos filmes nacionais, e as salas de cinema no Brasil que ainda são poucas em comparação ao número de habitantes (são 180 milhões de habitantes para 2 mil salas)?. E ressalta: ?hoje ficou um pouco na moda o Brasil ganhar um Oscar, mas o verdadeiro Oscar que o Brasil merece ganhar é o reconhecimento nacional?. 

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