O lendário rei da soul music morre aos 73 anos

O músico Ray Charles morreu aos 73 anos, em razão de uma doença no fígado, segundo informações de seu assessor de imprensa. Charles morreu ontem às 11h35 locais (15h35 em Brasília) em sua casa de Beverly Hills, no Estado da Califórnia (EUA), onde estava com seus familiares, informou seu porta-voz Jerry Digney. Uma das últimas aparições públicas do músico foi em 30 de abril último.

Na ocasião, em que estava ao lado do ator e diretor Clint Eastwood, a cidade de Los Angeles designou o estúdio do cantor, construído no centro da cidade há 40 anos, um local histórico. Ray Charles influenciou toda uma geração de músicos desde que despontou na cena americana nos anos 50. Entre suas gravações mais conhecidas estão Hit the Road Jack, Georgia on My Mind, What?d I Say e I Got A Woman. Carregando em sua bagagem musical elementos do gospel, blues, soul e jazz, Charles conquistou o reconhecimento de público e crítica. Dos 12 prêmios Grammy que ganhou em sua vida, nove foram entre 1960 e 1966, incluindo o de melhor gravação de R&B por três anos consecutivos, com Hit the Road Jack, I Can?t Stop Loving You e Busted. Em junho de 1995, Charles atraiu um público recorde de 150 mil pessoas para um espetáculo gratuito no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Em setembro do mesmo ano, o cantor, pianista e compositor veio pela sétima vez ao Brasil para uma turnê por quatro capitais. Ray Charles Robinson nasceu em Albany, Georgia, no dia 23 de setembro de 1930. Ainda na infância, aos 6 anos, o músico ficou cego em decorrência de glaucoma, mas a deficiência não o impediu de tornar-se um dos maiores representantes da música americana no século 20. Ele aprendeu a compor e escrever arranjos em braile. O nome foi encurtado para que não fosse confundido com o boxeador Sugar Ray Robinson.

Ray Charles pegou o cativante ritmo gospel, a música religiosa de negros americanos, e juntou com o sentimento mundano do blues, a música do diabo, para criar uma fórmula de fazer sucessos. Do blues ao jazz, passando pelo rock e pelo gospel, Ray Charles era um mestre de muitos estilos. Sua interpretação intensa de canções clássicas lhe rendeu o apelido “o gênio”, segundo informações da BBC.

Charles trabalho duro e se divertiu de forma pesada: era um notório mulherengo e lutou contra o vício das drogas. Apesar do vício, ele costumava dizer que mantinha o “hábito” sobre controle. Depois de uma condenação por posse de heroína em 1966, ele anunciou que havia se curado de um vício de anos. Um de seus primeiros ídolos foi Nat King Cole, que influenciou seu estilo no começo da carreira. Estrelas dos Beatles a Van Morisson citaram como fonte de inspiração o músico que, quase sozinho, criou uma nova forma musical: o gospel-blues. Em outubro desse ano, chega às telas o filme Ray, uma cinebiografia do músico. O ator Jamie Foxx dará vida a Ray Charles nos cinemas. O filme mostrará a luta do artista contra o racismo, seus problemas com as drogas, casos amorosos e o sucesso na indústria fonográfica.

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