Quem assistir a O Inventor de Sonhos, filme em cartaz sobre a saga de Zé Trazimundo (Ícaro Silva) – um jovem filho de escrava brasileira que, em pleno Rio de Janeiro, às voltas com a chegada da família real portuguesa em 1808, busca seu pai desconhecido (um francês que voltou para a Europa) – corre o risco de sair da sessão convencido de que não há nenhuma cena de efeitos especiais, que se trata de um filme em que o trabalho de constituição de época é impecável.

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Tão impecável que até conseguiu recriar o Rio real da época. De fato, a direção de arte, o figurino e a caracterização de época deste longa, o primeiro do diretor Ricardo Nauenberg, saltam aos olhos.

Mas também é fato que o trabalho da equipe de efeitos visuais de O Inventor é notável. Tanto que quase desaparece, “Hoje, muito do trabalho de uma equipe de efeitos especiais e visuais é fazer com que uma cena pareça, na verdade, o mais próximo do real possível”, comenta Nauenberg. “Assim como a história que eu quis contar, muito focada na forma como um jovem comum, mulato, um brasileiro tão típico, vê a história se passar diante de seus olhos”, completou o diretor, que para transformar Parati no Rio do século 19 contou com o apoio de Antônio Guimarães.

Foi dele e de sua equipe a tarefa de fazer com que as cenas rodadas na cidade de Parati, a única que ainda conserva em sua arquitetura urbana as características da época, fossem fundidas às cenas da paisagem do Rio de hoje. O resultado final do trabalho se nota nas imagens impressionantes de tomadas áreas do Rio, em que o casario colonial impera na paisagem que hoje está tomada por prédios.

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O INVENTOR DE SONHOS – Direção: Ricardo Nauenberg. Gênero: Drama (Brasil/2012, 105 minutos). Elenco: Ícaro Silva. Classificação: 12 anos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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